Mãe de menino atropelado por Bruno Krupp descreve últimos momentos com filho: ‘Falou que me amava’; assista

Mariana Cardim de Lima contou como foi o trágico acidente e o que espera que seja feito com Bruno Krupp

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Mariana Cardim de Lima, mãe do garoto de 16 anos atropelado por Bruno Krupp no Rio de Janeiro, deu detalhes da trágica cena ao Fantástico deste domingo (7). Mãe e filho estavam atravessando a rua, no dia 30 de julho, quando João Gabriel foi atingido por uma moto em alta velocidade e morreu no local. “Era a pessoa mais importante, pela qual acordava, eu ia dormir”, relembrou ela.

Bruno Krupp dirigia uma moto sem placa, sem habilitação e, segundo testemunhas, estava a cerca de 150 km/h. O limite de velocidade da via onde ocorreu o acidente é de 60 km/h. “Antes da gente atravessar, a gente olhou e os carros estavam muito distantes, muito distantes mesmo. Mas em questão de segundos, a moto estava em cima dele”, relatou Mariana. A cena foi gravada por uma câmera de segurança. Veja (imagens fortes):

“Eu perdi a noção do que eu estava vendo. Eu vi o meu filho estendido no chão, me pedindo socorro. Eu comecei a gritar pedindo ajuda”, completou. Priscilla Rocha, uma médica que passava por acaso na orla, contou que prestou os primeiros socorros ainda no local do acidente. “Eu comecei as massagens cardíacas e, em pouco tempo, ele abriu os olhos, comentou que estava doendo o tórax. Eu perguntei o nome dele, vi que ele estava consciente e tentei acalmá-lo”, explicou.

“Uma coisa que me chamou a atenção é que ele era um menino muito doce. Eu falava: ‘João, vai ficar tudo bem’. E ele sorria, olhava pro lado e tentava deixar a mãe calma”, detalhou Priscilla. “Essa médica foi uma ‘anja’. De uma grandeza enorme”, declarou Mariana.

Mãe e filho tinham acabado de sair de uma confraternização familiar. Eles decidiram atravessar a avenida para passar na praia antes de ir pra casa. “A gente ia por no pé na areia, pegar a energia do mar, a gente sempre agradece, eu sempre ensinei a ele a agradecer, agradecer por tudo”, comentou a mãe. “Quando ele nasceu, foi uma música para os meus ouvidos. Está doendo. Estou com uma cratera enorme no meu coração. Eu e ele deitados na pista. Eu falei que amava, ele falou que me amava também”, lamentou.

João Gabriel foi levado para o hospital e passou por uma cirurgia, mas não resistiu. Bruno Krupp havia sido parado por uma blitz da lei seca três dias antes da morte de João Gabriel e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Ele pilotava a mesma moto sem placa e sem habilitação. A prisão de Bruno trouxe à tona outras acusações contra ele, que é investigado por estupro e estelionato. Três mulheres contaram ao Fantástico que foram violentadas por ele.

Todas as acusações estão sendo investigadas. Em relação ao atropelamento, o modelo responde por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Bruno Krupp foi levado no sábado (6) para a unidade de pronto-atendimento do Complexo de Gericinó, em Bangu. Ele estava em um hospital desde o dia do atropelamento, já com prisão preventiva decretada.

A ida do modelo para o presídio aconteceu depois de a polícia encontrar contradições entre o laudo do hospital, que o liberava para receber alta – o que permitiria que ele fosse levado para unidade prisional -, e o laudo de um médico particular, contratado pela própria família do modelo, que solicitava que ele fosse transferido para uma UTI. Segundo as autoridades, foi uma tentativa de obstrução das investigações.

O advogado William Pena, um dos representantes de Bruno, disse que o modelo nega tanto a acusação de estupro quanto a de estelionato. A mãe Mariana Cardim de Lima declarou que, por incrível que pareça, não tem rancor do jovem. Ela explicou que apenas espera que a justiça seja feita. Assista à reportagem na íntegra:

https://www.youtube.com/watch?v=yupBjUsG0TY

 

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