Que absurdo! Após fazer sua estreia como apresentador do Jornal Nacional no último dia 9, o jornalista goiano Matheus Ribeiro foi alvo de comentários homofóbicos do radialista Luiz Gama. Por conta dos ataques, Matheus revelou à “Folha” que pretende processá-lo.
Na quarta-feira (13), Gama fez comentários ofensivos contra o primeiro jornalista assumidamente gay a apresentar o jornal de maior audiência brasileiro. Apesar de não mencionar nomes, o conteúdo do tuíte deixou claro que ele se referia a Ribeiro.
“Putz! Onde o Brasil vai parar? Queimar a rosca agora é moda. Um apresentador de telejornal de qualidade média virou a bola da vez no jornalismo nacional só porque revelou que sua rosquinha está à disposição. A qualidade profissional que se f…”, disparou em seu Twitter.
Luiz seguiu, dizendo que apoiava a decisão do presidente Jair Bolsonaro em acabar com a exigência de diploma para jornalistas. “Afinal, tem uma fraquíssima em rede nacional só por causa da cor de pele e outro comunzão fazendo fama só porque avisou que queima a rosca”, completou. Confira as publicações, já deletadas:
Procurada pela Folha, a advogada de Matheus, Maria Thereza Alencastro, afirmou que serão tomadas medidas nas áreas cível e criminal. Ela pedirá indenização por danos morais e crime de racismo, no qual a homofobia foi incluída este ano pelo STF.
“Matheus, que tem visibilidade por seus próprios méritos, diga-se de passagem, tem esta obrigação. Não para se proteger, já que a ele estes comentários não prejudicam, mas para todos que não têm voz como ele. Estas pessoas, as homofóbicas, precisam de resposta à altura”, justificou a advogada.
O Sindicato dos Jornalistas de Goiás lançou uma nota repudiando a atitude de Gama, dizendo que os profissionais “se viram caluniados em suas ascensões profissionais com insinuações de ligações dessas promoções com orientações sexuais e a cor de suas peles”. Eles acrescentaram que os detratores “merecem voltar para a escória da sociedade”.
Em nota, a Band News FM Goiânia, na qual o radialista trabalha, esclareceu que “não interfere nas opiniões de seus colaboradores e/ou prestadores de serviço em suas redes sociais”.
Eles ainda reafirmaram seu compromisso com a “defesa de princípios democráticos, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de discriminação”.
Pelo Twitter, Luiz Gama negou que tenha sido homofóbico ou racista e disse que era vítima de um “gayzismo militante”. “Gente! Vamos parar com essa palhaçada que a esquerdalha está tentando armar contra mim. Qualquer um que me conhece o mínimo, sabe de sobra que eu não sou, nunca fui e nunca serei homofóbico ou racista. Não aceito de forma alguma ser vítima do gayzismo militante. Basta!”, escreveu.
Gente! Vamos parar com essa palhaçada que a esquerdalha está tentando armar contra mim. Qualquer um que me conhece o mínimo, sabe de sobra que eu não sou, nunca fui e nunca serei homofóbico ou racista. Não aceito de forma alguma ser vítima do gayzismo militante. Basta!
— Luiz Gama (@LuizGama) November 17, 2019