A confusão nos bastidores de “Vale Tudo” teria sido impulsionada por “diretores omissos e sem pulso firme”, segundo a coluna de Gabriel Perline, do Splash UOL. O jornalista afirmou que tais posturas teriam aberto espaço para que a situação fugisse do controle, além de causar incômodos em outros profissionais que trabalham na novela.
“A falta de controle da equipe liderada por Paulo Silvestrini abriu margem para que atores veteranos e até mesmo cinegrafistas assumissem a função de dirigir algumas cenas, provocando uma série de desconfortos”, afirmou Perline. Conforme outros funcionários de “Vale Tudo”, a direção “parece entregue às vontades e decisões de alguns veteranos do elenco”.
Como apontado pela coluna, essas atores estariam responsáveis por definir marcações, as entonações que dão às cenas mais fortes de seus personagens e supostos palpites no enquadramento de câmeras. As funções, porém, deveriam caber apenas ao diretor da teledramaturgia.
Um dos nomes citados foi o de Cauã Reymond, que vive César no remake. De acordo com Perline, o ator ficou conhecido internamente por “palpitar bastante” nas escolhas da direção e até mesmo nas avaliações da qualidade cênica de alguns colegas. Julio Andrade, intérprete de Rubinho, seria outro artista a agir da mesma forma frequentemente.
De acordo com uma fonte, que disse ter acompanhado as filmagens da cena em que Rubinho morre, o veterano parou o set algumas vezes para ver se as cenas captadas lhe agradavam. “Esta cena em especial foi interrompida por diversas vezes pelo ator, que tinha uma ideia fixa de como queria que fosse gravada”, descreveu.
A sequência também contou com participação de Taís Araújo (Raquel), que “não atravessou ou opinou em nada, apenas validou alguns apontamentos do colega”. O andamento da novela só teria sido possível após a chegada de Silvestrini no set de filmagens, que comandou o desfecho de Rubinho.
Apesar das supostas atitudes, os contatos salientaram que a diferença entre Cauã e Julio seria a postura de cada um. “A abordagem do intérprete de Rubinho sempre foi muito respeitosa, nada impositiva, e ele sempre buscou a opinião dos demais colegas de cena e até mesmo do diretor responsável pela vez. Mas seu preciosismo e apego a detalhes técnicos gerou alguns atrasos e retrabalhos desnecessários”, entregou um.
Um take de Carolina Dieckmann (Leila) e João Vicente de Castro (Renato) em um restaurante também foi mencionado, e definido como “uma bagunça”. Segundo as fontes, a cena só teria sido concluída depois de ambos validarem o trabalho. “Uma zona completa, e o ambiente descontraído demais. O diretor parecia não ter voz, não era ouvido pelos atores e parecia ter medo de estar dirigindo os dois. Os diretores estão tão inseguros que perguntam a todo momento aos atores se eles estão confortáveis com as marcações que eles sugerem e depois questionam se eles ficaram satisfeitos com o que foi gravado”, relatou uma delas.
Os supostos acontecimentos foram expostos diante da repercussão de um possível desentendimento entre Bella Campos e Cauã Reymond nos bastidores. De acordo com uma reportagem da Folha de S. Paulo, Silvestrini assumiu a função de dirigir pessoalmente as cenas da dupla com o objetivo de controlar o caos por trás das câmeras.
A Globo, por sua vez, garantiu que “as informações não procedem”. “Paulo Silvestrini lidera uma equipe experiente de direção. O diretor está na TV Globo há mais de 30 anos, onde dirigiu dezenas de novelas, como ‘Torre de Babel’ (1998), ‘Da Cor do Pecado’ (2003), ‘Avenida Brasil’ (2012), ‘Joia Rara’, que foi vencedora do Emmy Internacional 2014, entre outras. Com ‘Vai na Fé’ (2023), foi vencedor do prêmio APCA 2024. Paulo é reconhecido e respeitado por atores e integrantes da produção”, defendeu a emissora em comunicado.
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