Após ser eliminado no “Big Brother Brasil 19”, Rodrigo compareceu ao programa “Mais Você” para conversar com Ana Maria Braga nesta quarta-feira (3) sobre a sua participação no programa e abordou os temas racismo e intolerância religiosa, que tanto debateu dentro da casa com os outros confinados. E também confessou que vai entrar com um processo por “racismo religioso”. Antes disso, no entanto, ele se emocionou ao rever o vídeo de sua saída do reality show.
“O choro é por causa de rever pessoas na casa que quero para minha vida, mesmo sabendo que daqui a uma semana a gente vai se reencontrar. De ouvir o que eu disse e não me arrepender. Lógico que entrei num jogo para ganhar R$1 milhão e meio, mas tem acordos internos que fiz, que respeitei e não me arrependo, como honrar minha família e jogar de uma maneira que não seja errada. Estar ali dentro não era muito fácil“, declarou o carioca.
Quando questionado pela apresentadora sobre quem estava jogando errado, ele respondeu: “Tem algumas fala que eu ouvi hoje de Paula, de Hari, de Carol que não é o jogo que eu escolheria, mas está tudo bem“. E acrescentou: “Valeu muito a pena a troca que eu tive com a Gabi, com Rízia, com Hana“.
Relembrando sua trajetória, o participante disse: “Adquiri uma bagagem fundamental e inacreditável lá dentro. Tudo que já tinha e desejo, agora, vou com mais afinco, valorizando cada segundo e detalhes. Algumas circunstâncias foram muito difíceis. Eu trabalho com inclusão, mas, num jogo, você precisa excluir, competir.”
“Eu estou sabendo que essa noite você ficou sabendo das coisas absurdas que estão sendo ditas na internet e as pessoas que fazem isso deviam se envergonhar. Eu sei que você está muito magoado, mas veio aqui mesmo assim para cumprir suas obrigações. E agora, o que você pretende fazer com relação a isso?“, perguntou apresentadora, se referindo ao racismo e ao preconceito religioso sofridos por Rodrigo nas redes sociais.
“Minha família já entrou em contato com um advogado. A gente vai processar por uma relação do racismo, racismo religioso. A minha família cultua o candomblé, que não tem uma estrutura de catequizar ninguém. Pouquíssimas vezes eu falei, mas foi com uma pessoa que também é adepta. Mas, mais uma vez se coloca o candomblé como algo maligno, perverso, sem o cuidado de se perguntar sobre o que se fala. Não é só desconhecimento, é maldade mesmo. Não é só por mim, é por todo um povo, uma população que cultua algo e é desrespeitada. Sempre temos casas de axé que são apedrejadas e eu não posso me calar de forma alguma. Não seria eu. Talvez, tenha entrado nesse programa pra isso“, revelou.
E acrescentou: “Eu acredito nesse país. A gente tem que tirar essas mazelas sociais debaixo do tapete. Chega de ter LGBT fobia, machismo. Chega! A gente precisa falar e muito obrigado (à Ana Maria Braga). A gente precisa falar a palavra racismo, porque as pessoas falam preconceito, injúria racial. Esse palavrão que realmente dói. É difícil de ouvir. Em pleno 2019, a gente ainda tem comportamento de Brasil Colônia. A gente ainda olha para o outro como ser inferior, como menor“. Para assistir o vídeo do momento, clique aqui.
Além disso, Rodrigo também falou sobre orientação sexual e não-binarismo de gênero no bate-papo com Ana Maria. “Você disse que é não-binário, pelo menos é isso que tá aqui. Aí eu fui descobrir um monte de palavras na minha vida que são o não-binário, cis, neutro, sem gênero, andrógeno, mas tem outros termos. O que é ser não-binário?“, questionou a apresentadora.
“A ONU classificou recentemente diversas orientações sexuais. O não-binário é quando você não quer se identificar como masculino ou como feminino e aí você pode encontrar qualquer tipo de nomenclatura ou simplesmente ficar numa relação neutra. Mas eu não coloquei na ficha não-binário não, mas tudo bem porque abre a possibilidade de discutir (o tema)“, explicou Rodrigo. Veja o vídeo desse momento, clicando aqui.