O amor e a amizade sempre prevalecem! Na tarde de hoje (8), Gilberto ficou sensibilizado após ver sua mãe numa homenagem do Dia das Mulheres no “BBB 21”. O economista lembrou que dona Jacira Santana estava em casa assistindo ao jogo, e teve medo de que ela se envergonhasse por suas atitudes. Juliette, por sua vez, acolheu o amigo e o tranquilizou, falando que sua mãe só teria motivos de orgulho.
Gil estava amuado na área externa da casa, quando desabafou: “Quando eu vi a foto da minha mãe hoje, me deu um medo. É muito ruim você ter medo de ser quem você é. Se as pessoas lá fora não gostarem de mim, não aceitarem, me rejeitarem, tá tudo certo. Só que a pessoa mais importante da minha vida é a minha mãe. E é isso que me dói, porque eu não sei como ela vê, que sentimentos isso tem gerado. Porque minha mãe nunca me viu numa festa, nunca me viu bebendo… Ela nunca me viu bêbado, nunca me viu beijando menino, nunca me viu falando cachorrada”. O pernambucano também explicou que “achava que não tinha medo de ser eu mesmo, só que hoje veio essa preocupação”.
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A sister deixou claro que, apesar de os pais não conhecerem esse “lado B” dos filhos, o amor sempre estará presente. “Você é maior que tudo isso. Aqui, não só a sua mãe e suas irmãs, mas sua família e amigos, estão vendo todas as suas versões além de uma situação de extremo estresse, de euforia e de felicidade. Eles também entendem a gente. Não se preocupe com isso. Você continua sendo Gil, filho de dona Jacira. Quando você precisar ser a bicha, você vai ser. Quando precisar ser o doutor, você vai ser”, tranquilizou Juliette.
“Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Você não deixa de ser menos ou mais digno por suas posturas. Não misture as coisas. Eu tenho certeza que ela está orgulhosa de você. Não se culpe por isso, nem traga essa angústia pro seu coração”, ressaltou a paraibana. Juliette ainda pontuou que sua família também não conhece alguns traços de sua personalidade. “Você acha que minha mãe já me viu falando sobre sexo dessa forma? Ela não sabe como eu fico numa festa. Não tem nada a ver”, disse ela, que também completou: “Ela vai continuar te amando”.
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Juliette aconselhou que o brother não se preocupasse com isso e lembrou que “o processo de aceitação da sexualidade é complexo, não é mágica, não é de uma hora pra outra”. “[A aceitação] não é um botão. Não é assim, é de pouquinho em pouquinho. O processo da nossa família também é assim, senão a vida não teria sentido se tudo fosse [rápido]. Não é assim. Tenha calma. Tudo se ajeita. Tente fazer o seu melhor, mostre o seu melhor, deixe de agonia. Agonia não ajuda a gente em tudo. Ajuda numa prova de agilidade, numa situação de emergência”, declarou ela.
“Agonia toda hora cansa. É muita energia pra você ficar movimentando toda hora. Você já provou quem você é. Todo mundo sabe que você é maravilhoso, inteligente, divertido. Relaxe. E essa questão da sua mãe, eu acredito que ela está orgulhosíssima de você, porque minha mãe estaria orgulhosa dos meus irmãos, de mim ou da minha irmã. Relaxa. Isso é o de menos”, continuou a maquiadora.
Então, Juliette falou sobre o caso de Rodolffo, e apontou que até a pessoa mais plena da casa ainda pode ter vulnerabilidades. “Você acha que pra ele é 100%? Ele morre de medo de ser visto de maneira negativa, de perder a carreira e de ser visto de maneira negativa, como idiota. Ele vai ter posturas feias, bravas. Ninguém é cem por cento. Rodolffo lida melhor pela personalidade de ser mais calmo, mas ninguém sabe o medo que ele sente. Talvez ele seja uma das pessoas mais preocupadas”, opinou.
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A advogada também comentou que, mesmo que Rodolffo erre, ele ainda terá apoio de sua família. “Se ele cair, ele não vai se ajudar. Ele precisa ser forte, do jeito que a gente precisa. Mas você não imagina o medo e o pânico que estão dentro dele. Só que ele sabe que a família vai acolher ele independente de qualquer coisa. Se ele cometer um erro grave, não quer dizer que a carreira não valeu a pena, que ele não é um excelente músico”, afirmou ela.
Na sequência, Juliette mencionou o exemplo de Lucas Penteado, compreendendo que o artista teria várias portas abertas após o “BBB”. “Lucas fez altas merdas e continua sendo um excelente ator, excelente artista, inteligentíssimo, não vai faltar trabalho pro Lucas. Todo mundo viu que ele é muito inteligente, mas também tem suas vulnerabilidades. Eu tenho as minhas, todo mundo tem. A gente precisa aceitar nossas imperfeições”, reforçou.
Foi então que ela abordou sua luta para contornar isso, à base de muita terapia. “Eu tenho uma Super Juliette na cabeça e penso que preciso ser muito inteligente, muito bonita, muito desenrolada, muito forte. Eu preciso ser sempre essa Juliette admirada e o orgulho da minha família, dos amigos e da faculdade. Mas eu não sou só isso. Sou a Juliette que fala errado, que fala palavrão, sou a Juliette brava, a que não é tão bonita, a que é matuta, sou tantas coisas que tenho vergonha de ser e não deveria, mas tenho…”, admitiu.
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Ju voltou a falar que Gilberto está certo em apenas curtir a vida no programa, sem se preocupar com o que a família pensará. “Se eu não aceitar que eu sou isso também, quando é que eu vou ser feliz? A vida é curta real. O povo tem medo quando eu falo ‘a gente pode morrer amanhã’, mas isso é a única certeza que a gente tem na vida. É a de morrer”, apontou ela. “Se a gente não for feliz todos os dias, o que é que a gente vai fazer? Tire esse peso de você, velho. Tem muitas coisas legais pra você viver. Não vou esperar ser perfeita pra conseguir ser plena”, deu a letra.
“O interessante é que eu achei que era super resolvido, aí chega aqui dentro… Ver a foto da minha mãe acionou várias coisas na minha cabeça”, respondeu Gilberto. “Ela sabe que tudo é um processo. Você não vai chegar sendo o filho perfeito, não. Os filhos não são perfeitos, as mães não são perfeitas”, complementou a paraibana, quando o brother refletiu sobre sua aceitação. “A questão da sexualidade é muito doída. Eu achava uma coisa, mas todos os dias você vai tendo que se aceitar mais”, disse ele. “Não tem uma fórmula pra falar ‘ah, sou bem resolvido’. Ninguém é, nós nos tornamos mais resolvidos. Isso é ilusão”, continuou ela.
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Gil deixou sua promessa: “Vou vigorar como sempre vigorei, vou esquecer. Mas que deu um medo, deu um pavor”. “Normal. São os seus medos”, acalmou a advogada. O pernambucano deixou sua preocupação ainda mais clara. “É só sobre minha sexualidade. O resto…”, admitiu. “Tua mãe de certa forma é mais recatada ou ela é aberta?”, quis saber Juliette. “Não, ela é muito de boa. Ela falava: ‘namora!’. Só que, antes de eu vir pra cá, ela não falou nada, mas me deu um toque pra ter cuidado na forma de agir, pra ter um cuidado pra não beijar ninguém, esses detalhes, sabe?”, esclareceu o doutorando.
Mas Juliette bateu na tecla: “Amigo, isso é tão bobo diante do amor que eles sentem. Sabia? Do mesmo jeito que a gente se adapta, eles se adaptam. Esse processo que a gente vive, eles também estão vivendo. Cada dia eles aprendem uma coisa da gente e aceitam… A gente bota uma máscara nos nossos pais que não existe. Nossos pais fazem sexo, erram, igual”. Ele também assumiu: “Só não quero que ela fique decepcionada achando que eu envergonhei ela”.
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Juliette conta a história de seu irmão
Enquanto Gilberto temia sobre a reação de seus atos e de sua sexualidade, Juliette citou o caso de seu irmão. “Tu tem noção pro meu pai o que é ter um filho homossexual? Um cara que a vida é extremamente masculina, do interior da Paraíba”, iniciou. “Meu pai tem uma oficina mecânica. É ambiente extremamente masculino. Meu pai é muito grosseiro, bruto. Meus irmãos todos seguiram iguais… Eu sou masculina, minha irmã era, meu pai é, minha mãe é e meu irmão sozinho é extremamente delicado. Ele era todo educado e cozinhava pra gente desde criança”, recordou.
Apesar de todos os pontos positivos, o pai de Juliette ainda teve dificuldades de aceitar o filho. “Todo mundo ia pra oficina e ele ia fazer o almoço. Inventava uns pratos… inventava molhos, estudava línguas. Era um gênio. É muito inteligente. Quando era criança, aprendia tudo sozinho. Meu irmão sempre foi diferente, tu acha que foi fácil pro meu pai aceitar mesmo com todas as qualidades?”, lembrou.
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Foi só após a morte de sua irmã que o pai deles mudou de proceder: “Meu pai negou a homossexualidade do meu irmão até ele se tornar adulto. Ele teve que sair de casa pra assumir o primeiro relacionamento. Ele fugiu de casa com um amigo, veio morar no Rio de Janeiro e assumiu um relacionamento. Ele tinha medo da reação do meu pai. Ele só voltou pra casa quando minha irmã morreu, porque meu pai viu que existem coisas maiores do que um detalhe de uma sexualidade. E aí meu pai aceitou meu irmão sem nenhuma palavra… Tudo natural. Parecia que ele tinha nascido num mundo desconstruído”.
Juliette concluiu o discurso de acolhimento dando a melhor resposta: “Não é fácil para ninguém. Existem situações complicadíssimas, como a do meu irmão, que deram certo através do amor. Quando existe amor, tudo fica mais fácil. Você tem dúvidas do amor da sua mãe por você? Eu não tenho dúvidas do amor da sua mãe por você. O amor é a solução para todos os conflitos. Você não precisa ser o descontruído e sua mãe também não. São processos. Não adianta se agoniar”.
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