Juliette passou por maus bocados antes mesmo de ter entrado no “BBB 21”. Segundo o UOL, a advogada já processou o Google e venceu, obtendo uma indenização de R$ 15 mil. A vitória sobre a empresa, no entanto, foi demorada… a batalha judicial durou seis anos e o motivo foi um problema que a paraibana teve com o finado Orkut — ela teve seu perfil hackeado, passando a ter suas fotos e informações pessoais usadas como se fosse uma garota de programa.
De acordo com os autos do processo, quando Juliette tinha 19 anos, ela percebeu que sua conta foi hackeada, em 28 de novembro de 2008. A jovem disse à Justiça que sua senha foi alterada e que amigos avisaram que seu perfil passou a ser associado a uma prostituta. “Isso aconteceu mesmo, ela tentou muito que essa página fosse tirada do ar, principalmente por se tratar de uma cidade como Campina Grande (Paraíba). Para ela foi muito difícil, porque, por mais que ela soubesse que não era aquilo ali, por mais que as pessoas próximas soubessem, isso deixa uma marca”, contou Déborah Vidjinsky, amiga e administradora das redes sociais da advogada, em entrevista ao Jornal Extra.
Então, Juliette tentou reverter a situação e entrou em contato com o Google (responsável pela rede social) para que sua conta fosse excluída. Inicialmente, a plataforma enviou um e-mail que dizia: “Com base em nossa análise e levando em consideração os Termos de Serviço do Orkut, entendemos que esse conteúdo, no momento, está de acordo com as políticas do Orkut”. Porém, a empresa voltou atrás, excluindo o perfil fake do Orkut no dia 28 de dezembro.
Em janeiro de 2009, a paraibana resolveu processar o Google. A sentença em primeira instância foi dada em 20 de junho de 2013, e condenou a empresa a uma indenização de R$ 15 mil por danos morais. Na decisão, o juiz destacou os danos causados em Juliette, além de seus amigos e familiares.
“Portanto, mesmo que excluído em 28/12/2008, como afirmado pela suplicada [Google], e após os insistentes reclamos da usuária [Juliette], o perfil FALSO permaneceu ativo por tempo suficiente para provocar verdadeiro estrago na honorabilidade da autora, interferindo, de forma dramática, na sua integridade mora”, diz o documento.
O Google recorreu da decisão, mas sem sucesso. A argumentação não foi aceita pela relatoria, que votou por confirmar a decisão em primeira instância, em 6 de maio de 2015. O caso não cabe mais recursos e Juliette, por fim, recebeu a quantia da empresa. “Ela guardou esse dinheiro. Como é autônoma, o dinheiro serviu para ela ir vivendo mesmo”, declarou Déborah.
Ela também afirmou que a amiga conseguiu descobrir quem foram os responsáveis pelo crime, mas não tinha como provar. “Juliette era mais gordinha na adolescência e isso a fazia sofrer bullying, rejeição de alguns meninos. Ela carrega muitas cicatrizes dessa época”, pontuou.