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BBB21: No ‘Mais Você’, João Luiz responde por que não interveio em briga de Conká e Penteado, e sai em defesa de ator: ‘Sexualidade não se questiona’

Isabella Manfrenato - Publicado em .

Décimo segundo eliminado do “BBB 21”, João Luiz participou do “Mais Você” dessa sexta-feira (23) e, durante bate-papo com Ana Maria Braga, falou sobre seu embate com Rodolffo, explicou o porquê de se ausentar, vez ou outra, dos conflitos na casa e também avaliou uma situação delicada vivida por Lucas Penteado, no início do confinamento.

Durante uma festa, o ator e Gilberto se beijaram. Até então, Lucas não havia declarado sua bissexualidade e o assunto virou pauta entre os participantes. Muitos deles, inclusive, chegaram a questionar as intenções do rapaz ao se relacionar com outro homem. Lumena, por sua vez, chegou a dizer, durante uma conversa com o professor, que Penteado estaria se aproveitando do beijo com Gil para tentar se autopromover em pautas raciais e LGBTQIA+.

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Na ocasião, o mineiro saiu em defesa do ex-Malhação. “Isso é uma questão que é muito séria pra mim, que me afeta e eu sinto na pele, que foi um questionamento sobre a sexualidade do Lucas. Sexualidade não é uma coisa que a gente questiona. Então por que você vai questionar a veracidade de um beijo? Se é só desejo, carinho, afeto… Acho que tem coisas que a gente não deve questionar e uma delas é a sexualidade. Isso é muito sério e muito delicado, e é por isso eu saí em defesa dele”, declarou João no matinal, após ver a cena em que se impôs contra a baiana.

“Muitas pessoas falaram: ‘Nossa, o Lucas está usando o Gil’. Mas não, a gente não tem que questionar. O cara fez aquilo porque se sentiu confortável. A gente tinha que respeitar, acolher, abraçar e dizer: ‘Está tudo bem, estamos juntos'”, completou o professor.

Isentão? 

Eliminado sob justificativa de “falta de posicionamento”, o brother explicou os motivos de se omitir de alguns dos conflitos que aconteciam na casa, como por exemplo, a vez em que Projota convocou uma reunião com outros participantes, para combinarem de colocar Lucas como castigado do monstro.

“Naquele momento, não precisaria o Projota dizer para as pessoas darem o monstro para o Lucas, porque ele receberia de qualquer jeito, mas dizer que participei desse complô contra o Lucas é um pouco sério, visto que eu e Camilla nem fomos convidados, a gente não sabia do que se tratava, apenas nos aproximamos voluntariamente”, justificou. O mineiro também avaliou a postura de Karol Conká, que em certa ocasião, pressionou Penteado a deixar a mesa da cozinha para que ela pudesse almoçar “em paz”.

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João estava presente no momento, assim como outros brothers, mas não se manifestou. “Eu acredito que Karol e Lucas tiveram muitas faíscas dentro do jogo. Não vou dizer que assistir a essa situação foi confortável, mas acredito que existiu um receio de entrar ali dentro [da briga] e acabar explodindo. Tive conversas incríveis com o Lucas, tive conversas com Karol também… Eu consigo reconhecer esse fato de pesarmos a mão e que podíamos ter acolhido o Lucas melhor, mas foi algo que eu não consegui e que não estava somente na minha alçada”, dissertou o professor .

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O embate com Rodolffo

Ao final da conversa, João voltou a falar sobre o embate com Rodolffo, que em certo momento do jogo, comparou o cabelo do brother com uma peruca de homem das cavernas – parte de uma fantasia do monstro. O mineiro explicou que demorou alguns dias para se manifestar sobre o caso, pois não esperava viver esse tipo de situação dentro do reality.

“Dentro do jogo, chegou o momento em que achei que não viveria algo parecido. Quando eu vivi, eu só consegui expor para a Camilla, porque sabia que ela teria uma resposta de acolhimento. Às vezes, a gente tem que falar ‘olha, cara não foi legal’. O recado que eu deixo é que toda vez que a gente identificar uma situação dessa, a gente tem que dizer. Na hora, eu engasguei, travei, talvez por tentar assimilar o que tinha acontecido e só no jogo da discórdia é onde faço meu desabafo”, lembrou, sobre o momento em que expôs seu incômodo.

“Fiquei contente em dizer o que estava sentindo e em ter o espaço para dizer. Foi uma resposta não só pra mim, mas para muitas pessoas que já ouviram aquilo. Mesmo que falem ‘não era a intenção’… O problema não é a intenção, é saber que a intenção também magoa. Não estou dizendo que o Rodolffo é uma pessoa ruim por ter feito aquilo, pelo contrário. Quando o Tiago (Leifert) faz um discurso daquele ao vivo, é para pegar o ‘BBB’ e fazer do programa uma forma de ensinar”, afirmou ainda, sobre o discurso ao vivo do apresentador sobre racismo.

O professor explicou também o propósito de sua profissão e função dela em casos como este. “Não quero que grande parte dos meus alunos, ou outras crianças e adolescentes que estão na escola hoje, precisem viver isso. Infelizmente é algo que eu vivi e que várias pessoas negras também vão te relatar isso. É uma coisa comum. O que eu quero é não precisar contar minhas experiências sempre associadas à dor, à mágoa”, afirmou.

“Usar a educação como ferramenta para mudar essa realidade, é muito importante, porque, infelizmente, ela ainda continua machucando e reproduzindo esses discursos. É por isso que a gente tem que saber identificar e começar a se incomodar com as coisas. No momento em que a gente se incomoda, a gente fala e é o momento que a gente muda”, acrescentou.

Ana então mostrou para João um trecho de sua entrevista com Rodolffo, na qual o músico reconheceu que não deveria ter tentado justificar o erro, mas somente ter pedido desculpas ao colega. O sertanejo também se demonstrou disposto a estudar mais sobre a causa, o que deixou o professor bastante satisfeito.

“Ai, que bom! Que bom que ele tenha dito isso, porque é isso mesmo que a gente tem que fazer. Errou? Então vamos lá, vamos aprender a não errar mais. Porque uma coisa é você errar em coisinhas de seu cotidiano. Mas esse erro é muito grave. E quando o erro é muito grave, a gente não pode continuar fazendo”, encerrou o brother. Assista:

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