Nesta quinta-feira (1º), Marco Aurélio Souza, um dos repórteres esportivos mais conhecidos da TV Globo em São Paulo, pediu demissão da emissora. Segundo comunicado ao Notícias da TV, o jornalista foi diagnosticado, no início do ano, com “burnout” e deixou o emprego para se tratar.
“É verdade a minha saída. Tive um diagnóstico de ‘burnout’ no fim de fevereiro e esse tipo de situação faz a pessoa repensar pontos importantes da vida”, confessou o comunicador ao veículo. O “Burnout” ou “Síndrome do Esgotamento Profissional” é um distúrbio emocional manifestado através de sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, todos resultados de situações de trabalho desgastantes. A principal causa da doença é o excesso de trabalho.
Ainda segundo Marco, demorou para que ele conseguisse “digerir” o diagnóstico, o que adiou a decisão do afastamento. “Voltei a trabalhar normalmente antes do meio do ano e segui até o fim do Brasileirão, mas a decisão foi amadurecendo. Era hora de mudar a vida profissional também”, afirmou.
Souza trabalhava na emissora carioca desde 2002. Entre os anos de 2002 e 2005, ele integrou a equipe da RBS TV, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul. Após bom desempenho na área esportiva, ele se mudou para São Paulo, onde passou a atuar no SporTV. Na sequência, foi transferido para o Globo Esporte e trabalhou, ainda, em transmissões do Première dos times paulistas.
Nas redes sociais, Marco Aurélio fez um desabafo sobre o diagnóstico, falou sobre o pedido de demissão e agradeceu a Globo pelo apoio. “Foi no fim de fevereiro deste ano que algo que eu não sabia definir me impediu de sair de casa. Certeza naquela hora só uma: eu não quero trabalhar! E, imediatamente, veio a pergunta: como alguém que tinha tanto prazer no trabalho, alguém que dizia que “nem trabalhava” de tanta afinidade com o ofício, amanhece querendo fugir do trabalho?”, começou ele.
“O que eu não sabia explicar, com o acompanhamento de uma psiquiatra e um terapeuta ganhou forma e nome: Síndrome de Burnout. Medicação, terapia e licença médica. Um mantra que deve ser repetido sem pressa. Ou você se dá um tempo ou o tempo enche a sua cabeça com mais e mais problemas”, explicou. “Aos poucos, as ideias vão se acalmando, o corpo entende e a cabeça aceita voltar. Mas o burnout não é um resfriado. Ele é um divisor. Você entra de um jeito e sai de outro. Você entra uma pessoa e sai outra”, confessou.
Marco então detalhou as dificuldades do dia a dia com o distúrbio. “Voltei ao trabalho e, mesmo com escalas que evitavam os processos mais repetitivos e sem sentido para um repórter com vinte anos de estrada, muita coisa estava diferente”, disse ele. “Hoje encerro uma história de quase 18 anos (faltaram dois meses) no grupo Globo. Uma vida. (…) Obrigado a todos que um dia acreditaram numa ideia de pauta ou melhoraram o material que eu trouxe da rua. Eu nunca vou esquecer de vocês! Todos estarão com nome e sobrenome no livro que estou terminando e que vai contar as histórias das minhas histórias…”, acrescentou. Confira a íntegra: