Evan Peters se aprofundou tanto na mente de Jeffrey Dahmer para viver o serial killer em “Dahmer: Um Canibal Americano”, que outras pessoas do elenco da série se preocuparam com o astro. Niecy Nash, que interpretou Glenda Cleveland na produção da Netflix, contou que rezou pelo ator durante as filmagens.
“Rezei muito por você, de verdade, porque isso é pesado“, confessou a atriz durante uma coletiva de imprensa neste sábado (29). “Você estava vivendo aquele personagem, ligado àquele material, como o osso à medula. Sua alma parecia enfrentar problemas em alguns momentos. E eu podia ver que você estava ficando cansado daquilo. Então, pensei: ‘Bem, vou me certificar de mantê-lo nas minhas orações, porque isso é muita coisa e ele quer fazer justiça ao papel“, detalhou.
Evan, então, agradeceu a ela, e citou um ditado que a colega costumava dizer: “Aguente firme até você conseguir o suficiente, e quando tiver o suficiente, continue firme”. Esse mantra permaneceu com o ator enquanto ele se preparava para o papel. Nash ainda lembrou que teve que se reapresentar a Evans após o período de ensaio e filmagem do seriado, que durou 10 meses. “Eu respeitei a necessidade dele de manter a distância e a tensão para que isso reverberasse na tela“, explicou a artista.
Peters fez um trabalho intensivo para entrar na mente do serial killer que aterrorizou os Estados Unidos entre 1978 e 1991. Para recriar o andar rígido do criminoso, o ator usava pesos nos braços; para acertar a voz, ele trabalhou com um especialista em dialetos norte-americanos e montou uma playlist de 45 minutos que ouvia todos os dias para imitar seus padrões de fala.
Para sair do personagem, em contrapartida, o ator revelou que assistiu a várias comédias românticas e passou um tempo com amigos e familiares em St. Louis, no Missouri. “Evan Peters, você e eu em uma comédia romântica logo depois disso”, brincou Niecy.
Durante a entrevista, Ryan Murphy voltou a comentar os recentes relatos de familiares das vítimas de Dahmer, que não ficaram satisfeitos com a produção. Na ocasião, ele reiterou que “realmente fizemos nossa devida diligência” durante todo o processo de 10 anos para a criação da série. “Estávamos desesperados para obter outras informações e, portanto, confiamos muito em várias fontes e vários artigos de revistas, livros, etc. Tentamos ser o mais verdadeiros possível e interpretar a história. Mas, novamente, não estamos contando a história de um monstro, mas [de] como o monstro foi feito. Esse sempre foi o DNA do projeto“, pontuou.
Desde o seu lançamento em 21 de setembro, “Dahmer: Um Canibal Americano” se tornou a segunda série em língua inglesa mais popular da Netflix, depois da quarta temporada de “Stranger Things”. Jeffrey Dahmer foi um dos serial killers mais cruéis da história dos EUA. Entre 1989 e 1991, ele assassinou 17 homens e garotos, com métodos hediondos, envolvendo estupro, necrofilia e canibalismo.
Dahmer costumava seduzir ou oferecer dinheiro para as vítimas antes de drogá-las, estuprá-las e assassiná-las. Ele dissecava os corpos, comia órgãos e guardava ossos até ser pego pela polícia em julho de 1991. O criminoso confessou os 17 assassinatos e foi condenado a 16 penas de prisão perpétua. Na prisão, ele foi espancado até a morte por outro detento.