Emily em Paris: Após franceses detonarem a série, Lucas Bravo, intérprete de Gabriel, reage às críticas: “Acho que estão corretos, de certo modo”

As aventuras de “Emily em Paris” despertaram o interesse de muita gente desde que a série estreou na Netflix — mas também receberam muitas reclamações, especialmente da crítica francesa, que ficou furiosa com o modo como Paris foi retratada na série. Em bate-papo com a revista Cosmopolitan, o francês Lucas Bravo, intérprete do chef de cozinha Gabriel, refletiu sobre os pontos levantados por seus compatriotas.

O ator, que vive um dos interesses românticos de Emily, afirma que entende o lado dos críticos. “Acho que estão corretos, de certo modo. Nós estamos retratando clichês e nós estamos retratando uma única visão de Paris”, disse.

“Paris é uma das cidades mais diversas do mundo”, Lucas continuou. “Nós temos tantos modos de pensar, tantas nacionalidades diferentes, tantas vizinhanças diferentes. Uma vida inteira não seria suficiente para saber tudo que está acontecendo em Paris. É um mundo inteiro em uma cidade”, analisou.

O rostinho pleno de quem quase matou a crítica francesa do coração kkkk (Foto: Divulgação/Netflix)

Por conta disso, em sua opinião, a série jamais poderia mostrar todos os lados da Cidade Luz. “Em algum ponto, se você quer contar uma história sobre Paris, você precisa escolher um ângulo. Você precisa escolher uma visão”, falou. De acordo com o ator, esse foi um ponto que os críticos franceses não entenderam. “Eles não entendem o fato de que [a série] é apenas uma visão. Eles estão tipo, ‘Oh, isso não é o que Paris é’. Claro. Paris é muitas coisas”, concluiu sobre o assunto.

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Entre os franceses, a série foi classificada como “embaraçosa” e “deplorável” pelos antigos clichês. “É a imagem completamente errada de Paris”, disse o site AlloCiné, acrescentando que a atração é “ridícula e mal atuada”. “É apenas deplorável, eu me pergunto por que atores franceses aceitaram atuar na série”, escreveu o veículo.

Anteriormente, em entrevista à Vulture, Lucas revelou que os europeus do elenco intervinham quando percebiam algum tipo de referência na série sem embasamento.“Quando começamos a filmar, eu queria saber se teríamos um retrato justo. Eu não queria que Paris fosse muito americanizada. Descobri que as piadas eram bem objetivas, quando havia algo que estava um pouco longe da realidade, fazíamos parte da discussão e dizíamos: ‘Não fazemos isso aqui’. Mas me vi, muitas vezes, em algumas das situações, como por exemplo, de fumar após fazer academia. Os parisienses adoram fumar”, admitiu.

Lucas Bravo vive o francês gato Gabriel em “Emily em Paris”. (Foto: Divulgação/Netflix)

Ele também analisou a possibilidade de um romance entre Emily, Lucas e Camille. Para a publicação, o intérprete do bonitão reagiu aos comentários de fãs, que freneticamente torceram para que um trisal, ou ao menos um ménage à trois, acontecesse. “Estou feliz que tenham percebido isso, porque era intencional e definitivamente jogamos dessa forma. Quando estou no terraço do café e dou like na foto em que as duas (Camille e Emily) estão na cama, ou quando Emily e Camille se beijam na boca sem querer, e ficam tipo ‘Sinto muito’, e a outra diz ‘Eu não!’ – há pequenos indícios de que estamos em Paris e tudo pode acontecer”, declarou.

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Lucas também externou seu próprio ponto de vista sobre Gabriel e rotulou o personagem como alguém “perdido”. “Ele está basicamente traindo a namorada, mas não dá pra ser apenas um cara confiante e bonitão que trai a namorada. Você vai acabar se tornando um idiota. Eu quis encontrar um senso de humanidade e amor nele, e o que descobri é que ele está meio perdido”, analisou.

“Ele é controlado por Camille… ele quer trilhar seu caminho isso sozinho, mas não tem as ferramentas pra isso. Quando Emily chega à sua porta, ele está em um ponto de sua vida em que não é feliz há um tempo. Ver aquela curiosidade nela o acorda. Ele vibra, então é claro que ele vai segui-la e todas as oportunidades que vêm com isso, mesmo que isso signifique que ele tenha que desistir de seus princípios e valores. A escolha é entre seus princípios e sua felicidade”, completou.