Emily em Paris: Governo da Ucrânia detona série e imagem “inaceitável” de personagem: “É ofensivo”; entenda

O ministro da cultura da Ucrânia, Oleksandr Tkachenko, fez uma série de críticas e procurou a Netflix pra tratar do caso

Emily In Paris Ucrania

Na mesma medida que faz sucesso mundo afora, “Emily em Paris” também causa muita polêmica. Depois de desagradar franceses, desta vez, a série incomodou os ucranianos. Segundo o tablóide “The Mirror, o governo da Ucrânia detonou a produção da Netflix pela maneira como retrataram a personagem Petra, interpretada por Daria Panchenko.

Na série, a personagem é natural de Kiev, capital da Ucrânia – assim como a atriz que a interpreta. Contudo, o que chamou atenção foi a maneira como Petra é representada, exposta como uma ladra sem muita educação e com péssimo gosto para moda. O ministro da cultura da Ucrânia, Oleksandr Tkachenko, revoltou-se contra a plataforma de streaming por conta dessa “caricatura” do povo ucraniano.

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O ministro da Ucrânia detonou o retrato da personagem Petra – que é ucraniana – em “Emily em Paris”. (Foto: Stéphanie Branchu/Netflix)

“Nos anos 1990 e 2000, homens ucranianos eram retratados principalmente como gangsters. Com o tempo, isso mudou. No entanto, não nesse caso. Em ‘Emily em Paris’, nós temos uma caricatura de uma mulher ucraniana que é inaceitável. Também é ofensivo. É assim que os ucranianos serão vistos no exterior? Como quem rouba, que quer ter tudo de graça, que tem medo de deportação? Não deveria ser assim”, criticou ele ao jornal.

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Nas redes sociais, muita gente ficou insatisfeita com a questão. A influencer Eugenie Hawrylko questionou se “ainda havia espaço para tamanha ignorância e intolerância” em 2021. A pesquisadora Olga Matveieva também argumentou que isso marginaliza a imagem da mulher ucraniana. “Estereotipar com base na nacionalidade não apenas provoca um desequilíbrio como mantém a agressão. Vamos fazer paz, não piadas ofensivas”, disse ela.

Com essa situação, Oleksandr Tkachenko disse ter contatado a Netflix e expressado suas queixas. “Eles me agradeceram pelo feedback. Mas eles ouviram sobre a preocupação dos espectadores ucranianos sobre a imagem das mulheres ucranianas. Nós concordamos que, em 2022, nós estaremos em contato próximo para prevenir casos assim”, declarou o ministro. “Uma posição pública tão ativa ajudará a garantir que a atitude dos ucranianos será levada em conta em futuras filmagens”, concluiu.

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Assim que estreou, em 2020, “Emily em Paris” também despertou a fúria dos franceses. Não demoraram a surgir as críticas de que a comédia teria estereotipado os personagens da França. Muitos questionaram o fato de os homens serem retratados como mulherengos, as mulheres como amantes e garçons como pessoas rudes e preguiçosas. Na web e na mídia, o público soltou a língua igual a um chicote. Relembre o caso e toda a polêmica, clicando aqui.