A 17ª temporada de Grey’s Anatomy vem machucando ainda mais nosso emocional ao falar sobre o drama da vida real que é a pandemia do novo coronavírus. No episódio de ontem (10), a trama colocou a nossa amada Miranda Bailey (Chandra Wilson) em uma situação de cortar o coração e que resultou em um lindo tributo a vítimas reais que perderam suas vidas devido à COVID-19.
[Alerta de Spoiler! Este post contém spoilers da 17ª temporada de “Grey’s Anatomy”. Caso não tenha assistido, sugerimos que encerre a leitura por aqui]
O episódio de 60 minutos girou em torno de Bailey (Chandra Wilson) e de sua mãe, Elena Bailey (Bianca F. Taylor). Após descobrir que a unidade de vida assistida onde seus pais vivem está cheia de pacientes que testaram positivo para o coronavírus, Bailey implora para que o marido Ben (Jason Winston George) os resgate no caminhão de bombeiros e os leve para o hotel onde Miranda tem ficado durante a pandemia. Infelizmente, o socorro veio tarde demais, pois a mãe de Bailey já havia sido infectada e seu estado é grave.
A mãe da cirurgiã já sofria de Alzheimer e, após ser internada no Grey Sloan Memorial Hospital e passar por algumas rodadas de tratamento, Elena tem falência de órgãos. Maggie Pierce (Kelly McCreary) informa Bailey de que sua mãe não quer ser conectada a máquinas na UTI, deixando-a incapaz de lutar contra os sintomas da doença devastadora. Bailey, então, é forçada a encarar o fato de que está prestes a perder a mãe.
“Ela mal sabe quem eu sou e eu quero estar lá com ela”, disse Bailey, emocionalmente exausta, a Richard Webber (James Pickens Jr.). “Eu quero que o marido dela esteja lá com ela. Ela merece estar rodeada de amor e por sua família”, disse a médica em discurso emocionado.
Richard tenta consolá-la em seu momento de dor. “Ela precisa de você agora. É hora. Se você não entrar, eu prometo que você nunca vai se perdoar“, disse Webber. Nesse momento, Richard e Bailey entram no quarto onde a mãe de Miranda está internada e cantam “My Girl”, enquanto Elena dá seu último suspiro. Que dor no coração!
Drama da vida real
Os minutos finais do episódio contam com um lindo monólogo de Bailey em homenagem às vítimas do vírus da vida real, principalmente da mãe da escritora Zoanne Clack, responsável pelo roteiro do episódio. “Os pacientes perdem o poder quando são chamados de ‘Cama n ° 4’ ou ‘Homem com dor no braço'”, disse Bailey em uma poderosa narração, enquanto se sentava ao lado de sua mãe.
“Mesmo em suas mortes, eles não são anônimos. Eles não são anônimos. Eles são mais do que estatísticas, mais do que doenças co-mórbidas ou pacientes de asilos. Eles são filhos, irmãos e tios que falam cinco línguas e dirigem restaurantes: Wade Klein , 66. Eles são bisavôs que amam a Broadway: Jacob Lappin, 92. Eles são enfermeiras amantes do beisebol com uma risada fácil: Dane Wilson, 45. Elas são as melhores mães do mundo e são as esposas mais queridas: Elena Rose Bailey, 84.”, finalizou Miranda. Assista:
Em comunicado à imprensa, Zoanne explicou o que inspirou a homenagem. “Eu assisti impotente a quando dois pais do meu grupo de apoio ‘Cuidando dos Pais com Alzheimer’ morreram poucos dias após contrair o vírus. ‘Jacob Lappin’ na narração é uma mistura de Jack Lappin (o bisavô) e Mitchell Lubitsch (o amante da Broadway). ‘Wade Klein’ é Warren Klein, irmão de um dos produtores médicos da série, que por acaso também é enfermeiro. E ‘Dane Wilson’ é Diane Wilson, uma enfermeira da UTI em Paris que morreu durante a primeira onda na Europa. Na verdade, adicionei o nome dela a outra lista que é constantemente atualizada (e serviu como uma das inspirações para o final do episódio) que está em um dos meus sites médicos chamado Medscape, intitulado: ‘In Memoriam, Profissionais de Saúde que Morreram de Covid-19′”, revelou a escritora.
A mãe de Clack, responsável pelo episódio de ontem, também contraiu a doença e quase morreu, outro motivo para a homenagem. “Fiquei com tanta raiva que ela poderia morrer na história como uma das ramificações sem nome e sem rosto desta doença”, disse Zoanne. Felizmente, depois de uma batalha de 7 semanas, a mãe de Clack sobreviveu ao vírus. “As inspirações finais vieram de (1) o poderoso artigo no The New York Times que mencionou as 100.000 vidas que perdemos para a Covid naquele momento (An Incalculable Loss “, publicado no final de maio) e (2) o movimento BLM (Black Lives Matter – Vidas Negras Importam), em que os manifestantes ergueram os nomes das vidas negras que agora descansam no poder. “Silêncio é conformidade” tornou-se um chamado de batalha para mim, e o enquadramento desse episódio foi minha reação. É a minha pequena contribuição para viver uma vida cheia de substância, sem ser esquecida”, finalizou Zoanne.