A menos de um mês do Emmy 2019, Gwendoline Christie relembrou o final da personagem que a rendeu sua primeira indicação ao prêmio. Em entrevista à revista People, a intérprete de Brienne of Tarth em “Game of Thrones” ressaltou a importância da guerreira no cenário televisivo e comentou por que decidiu se inscrever por conta própria na premiação.
“Eu apenas queria a possibilidade da oportunidade. Eu queria isso por causa de tudo que eu acredito que a personagem Brienne of Tarth representa: uma mulher fora do patriarcado”, elogiou a atriz. “Claro, ela é abusada por conta de sua aparência, porque ela não tem a atratividade convencional, mas ela supera isso e continua fiel às suas raízes.”
“Apenas por causa do que eu sinto que isso representa na televisão, eu quis a oportunidade de deixar isso como um testamento para a personagem. E também eu trabalhei duro. Então eu chequei se não era algo inapropriado a se fazer e me disseram que não era. As pessoas fazem isso o tempo todo”, explicou Gwendoline.
Após a HBO só inscrever Sophie Turner (Sansa), Lena Headey (Cersei) e Maisie Williams (Arya) na categoria, Christie resolveu ir por conta própria e pagou a taxa de 225 dólares (em torno de 840 reais) para ser considerada ao prêmio. E deu certo! Ela foi indicada ao lado das co-estrelas. “Acho que ninguém no mundo imaginava que fosse dar certo. Foi, e, genuinamente, ainda é, uma das melhores coisas que já aconteceu na minha vida.” Merecido!
A atriz ainda relembrou o arco final de sua personagem, que finalmente se envolveu com Jaime Lannister (Nikolaj Coster-Waldau). “Pessoalmente, eu fico feliz que a Brienne escolheu ter sua primeira experiência sexual. Foi algo que ela consentiu e eu gostei de ver como ela se abriu e teve uma resposta honesta e emotiva a isso – e depois se recuperou. Eu amo que a Brienne escolheu ter esse momento romântico com o Jaime Lannister e que isso foi uma escolha dela”, explicou. Apesar disso, o personagem acabou voltando para a irmã e morreu ao lado dela no final da série.
Isso, entretanto, não foi um problema para Gwendoline. “Mas, enfim, minha parte favorita foi que ela ganhou a promoção que sempre quis. Ela é a comandante geral da guarda do rei. E o fim não é sobre a relação dela com um homem, mas sobre ela alcançando seu destino e trabalho. Isso me deixou muito satisfeita. Ela superou suas expectativas e não está mais a serviço de alguém, ou protegendo outra pessoa, e sim ficando no controle. A mulher voltou ao trabalho!”, concluiu ela.
Por fim, a atriz falou sobre a importância de sua personagem na série e na TV como um todo. “George R.R. Martin criou uma personagem feminina realmente fenomenal, do tipo que nós não estamos acostumados a ver na televisão. Eu amo que ela tem tanta força física descarada, mas nós também vemos a complexidade da luta dela com sua aparência e como ela entra no mundo dos homens”, descreveu.
“Eu fui muito encorajada pela resposta das mulheres a essa guerreira. Uma mulher que é uma guerreira, mas também tem uma sensitividade muito profunda, um senso de moral muito forte e um mundo emocional profundamente rico que ela luta para esconder. Eu espero que isso signifique que nós veremos mais personagens femininas tridimensionais, e espero que isso sinalize o fim dos papéis femininos que são meramente namorada e mãe”, pediu Gwendoline, sensata.
Saudades, Brienne!