Nicholas Alexander Chavez, que interpretou Lyle Menendez na série da Netflix “Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais“, disse que não entrou em contato com o presidiário durante as filmagens. Nesta segunda-feira (23), em entrevista à People, o ator ainda admitiu simpatizar com Lyle e Erik, que ficaram conhecidos por matarem brutalmente os pais, nos Estados Unidos.
“Eu realmente simpatizo com os irmãos. O fato de que esse foi o momento mais traumático da vida deles, e então ter isso colocado na televisão para o mundo ver. Eu imagino que isso seria incrivelmente pesado”, declarou Chavez.
O astro também foi questionado pela revista se conversou com Lyle enquanto gravava “Monstros”. “Não, não fiz isso”, revelou ele, acrescentando que havia descoberto há pouco sobre as críticas de Erik em relação à série.
Por fim, Nicholas refletiu sobre o retorno do público após o lançamento. Ele destacou que as reações provavelmente foram “variadas, como deveriam ser”. “É um assunto delicado e imagino que todos estejam formando suas próprias opiniões do que aconteceu, como imaginamos e pretendíamos que acontecesse”, explicou o protagonista.
Irmão detona a série
“Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais” estreou na semana passada e segue em primeiro lugar no ranking de séries mais assistidas da Netflix no Brasil. Contudo, a produção foi detonada por Erik Menendez, um dos irmãos que inspirou a trama de Ryan Murphy De acordo com a People, a declaração foi publicada na página do Facebook de Lyle.
O caçula descreveu a série como “ingênua e imprecisa”, e reclamou da forma como ele e seu irmão foram retratados. “Eu acreditava que tínhamos superado as mentiras e representações, mas foi criada uma caricatura de Lyle enraizada em mentiras horríveis e descaradas espalhadas pela série”, escreveu ele.
“Só posso acreditar que elas foram feitas de propósito. É com o coração pesado que digo que acredito que Murphy não pode ser tão ingênuo e impreciso sobre os fatos de nossas vidas para fazer isso sem má intenção. Murphy molda sua narrativa horrível por meio de representações vis e terríveis de Lyle e de mim. Calúnias desanimadoras”, pontuou Erik.
“É triste para mim saber que a representação desonesta da Netflix sobre as tragédias que cercam nossos crimes levou as verdades dolorosas vários passos para trás — de volta no tempo para uma época em que a promotoria construiu uma narrativa baseada em um sistema de crenças de que os homens não eram abusados sexualmente e que os homens vivenciavam o trauma do estupro de forma diferente das mulheres”, disparou.
“A verdade não é suficiente? Deixe a verdade permanecer como a verdade (…) Quão desmoralizante é saber que um homem com poder pode minar décadas de progresso em lançar luz sobre traumas de infância”, salientou ele. Por fim, Erik agradeceu àqueles que “o procuraram e apoiaram”.
A história real que inspirou a ficção
Os irmãos Lyle e Erik Menendez foram condenados, em 1996, pelo assassinato brutal de seus pais, José – um executivo de Hollywood – e Mary Louise (Kitty). O crime aconteceu na noite de 20 de agosto de 1989, na mansão deles em Beverly Hills (EUA).
Lyle, com 21 anos na época, e Erik, com 18, chegaram armados e dispararam mais de 12 vezes contra seus pais. Eles portavam espingardas calibre 12, conforme as informações da revista People. Com a definição do caso, o primogênito foi preso em março de 1990, e o mais novo apenas três dias depois. Ele foi detido no aeroporto, ao retornar de um torneio de tênis em Israel.
No longo julgamento, a acusação argumentava que os irmãos mataram José e Kitty para herdar a fortuna da família. Contudo, ao serem questionados pela promotoria, Lyle e Erik alegaram que a ação foi tomada por medo. Segundo os acusados, eles sofriam abusos físicos, emocionais e sexuais por parte dos pais durante anos.
Prisão
Eles foram presos após serem sentenciados à prisão perpétua e sem direito a liberdade condicional, por mais de 20 anos. Lyle está na Prisão Estadual de Mule Creek em Ione, Califórnia, e Erik na Penitenciária Correcional Richard J. Donovan no Condado de San Diego.
Porém, em fevereiro de 2018, Lyle foi transferido para outra unidade prisional, em Richard J. Donovan. Erik acabou sendo levado para o mesmo local apenas dois meses depois. Hoje, eles têm 56 e 53 anos, respectivamente, e aguardam a possibilidade de mudança em suas penas ou a chance de liberdade.
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