A estreia da segunda temporada de “Round 6” tem causado controvérsia devido à escolha de casting para uma personagem trans. O ator Park Sung-hoon foi escalado para interpretar Hyun-ju, uma mulher trans que compete no jogo mortal com a esperança de financiar sua cirurgia de afirmação de gênero. A decisão de escalar um ator cisgênero para um papel transgênero gerou críticas entre os espectadores, muitos dos quais argumentam que a série perdeu a autenticidade ao não contratar uma atriz trans.
A controvérsia em torno da escolha de casting reflete um debate mais amplo sobre representatividade e autenticidade na mídia. Enquanto alguns espectadores veem a inclusão da personagem trans na série como um passo positivo para a conscientização, outros sentem que a representação poderia ter sido mais impactante com uma atriz trans no papel.
“O fato de um homem atuar como uma mulher trans em ‘Round 6’ não me parece certo. Eu entendo que eles estão tentando ser inclusivos, mas contrate uma mulher trans de verdade ou uma mulher. Não um homem”, reclamou um perfil. “A 2ª temporada não teve o mesmo sucesso porque eles contrataram um cara hétero para interpretar essa personagem. Parecia forçado em vez de orgânico”, opinou outro.
The fact that a man is acting as the trans woman in squid game doesn’t sit right with me.
I get they’re trying to be inclusive but just hire a real trans woman or a woman. Not a man
— Janne !! 🍀 is seeing taemin in tilburg! (@TBOUentr0py) December 29, 2024
Netflix squid games 2 didn’t hit the same bc they hired a straight guy to play this character
Felt forced instead of organic pic.twitter.com/TqNgqh0Vpp
— Body Count Token (1000X) (@bodycounttoken) December 28, 2024
De acordo com Hwang Dong-hyuk, criador do fenômeno da Netflix, a escalação foi um desafio devido à falta de atrizes abertamente trans na Coreia do Sul. “No começo, estávamos fazendo nossa pesquisa, e eu estava pensando em fazer um casting autêntico de uma atriz trans. Quando pesquisamos na Coreia, não há quase nenhum ator que seja abertamente trans, muito menos abertamente gay”, disse Hwang em uma entrevista recente à TV Guide. Ele expressou que, apesar do desapontamento, tinha “total confiança” em Park para representar bem a personagem.
Hyun-ju, jogadora 120 na série, é retratada como uma ex-soldado das Forças Especiais que se tornou uma figura central entre os jogadores por sua força e liderança. A série tenta abordar as dificuldades enfrentadas pela comunidade trans na Coreia, uma sociedade onde, segundo Hwang, esse grupo ainda é marginalizado. “Infelizmente, na sociedade coreana atualmente, a comunidade LGBTQ ainda é marginalizada e mais negligenciada, o que é de partir o coração”, acrescentou.
O criador também explicou por que era importante para ele incluir um personagem trans: “As pessoas que vêm para participar dos jogos em ‘Round 6’ geralmente são marginalizadas ou negligenciadas pela sociedade, e não apenas financeiramente falando, mas pessoas que pertenceriam a grupos marginalizados. Na primeira temporada, o personagem representativo disso era Ali, que era um estrangeiro trabalhando na Coreia. Atualmente, infelizmente, na sociedade coreana, a minoria de gênero é um grupo que não é tão amplamente aceito na sociedade. Eu queria criar um personagem que representasse isso. A aceitação de pessoas trans melhorou recentemente, mas ainda não está onde precisa estar. E então, ao criar uma personagem como Hyun-ju, por meio de suas escolhas, suas ações e a maneira como ela se comporta no jogo, espero que isso possa aumentar a conscientização sobre essas questões que enfrentamos hoje”.
A série trabalhou com consultores trans e LGBTQIAPN+ enquanto desenvolvia a personagem e a temporada. Nas palavras de Park Sung-hoon, Hyun-ju “quebra estereótipos e brilha como uma personagem inspiradora” devido à sua “força incrível, determinação e liderança natural”.
Assista à entrevista exclusiva do hugogloss.com com o elenco de “Round 6”:
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