Hugo Gloss

Transmissão de Carnaval da Globo é criticada, ex-repórter manda shade, e até a Fenaj se manifesta

Sally Borges

Monica Sanches, ex-repórter da Globo, criticou a escolha da emissora, deste ano, para a transmissão dos desfiles das escolas de samba de São Paulo e Rio de Janeiro. No Instagram, a jornalista demonstrou insatisfação com a cobertura e saiu em defesa de seus colegas que continuam na empresa. Nos últimos dias, telespectadores do canal vinham se queixando da transmissão apresentada pela Globo.

Monica então publicou uma foto antiga ao lado de outros repórteres durante uma das edições em que cobriu o Carnaval, e escreveu: “Vendo inúmeras críticas à transmissão dos desfiles neste ano, o que posso garantir pra vocês é que o time desta foto representa uma equipe de reportagem que sempre amou o Carnaval, respeitando e admirando todos os integrantes de todas as escolas“.

LEIA TAMBÉM:

Sanches continuou e deu atender que os escolhidos não estavam preparados para falar sobre o evento: “Dos 40 anos da Sapucaí, participei de 30 transmissões, estudando os enredos, os sambas, visitando os barracões, levando essa preparação muito a sério. É o mínimo que se espera de quem vai pra avenida cobrir o maior espetáculo da Terra, né não???“. Veja:

Fenaj também se manifestou

A Federação Nacional dos Jornalistas compartilhou uma nota de repúdio sobre a cobertura da emissora. “Erros na transmissão, entrevistadores despreparados e desinformados e falta de detalhes foram algumas das reclamações feitas nas redes sociais pelo público que acompanhou os desfiles das escolas de samba pela televisão aberta em rede comercial neste Carnaval de 2024. Ao abrir mão de repórteres, a emissora detentora do direito comercial de transmissão deixou as/os espectadores sem informações cruciais sobre a festa“, disse a Fenaj.

“A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) enfatiza a importância essencial do trabalho jornalístico na cobertura deste evento tão importante para a cultura nacional, pois os/as jornalistas trazem uma perspectiva histórica e social para o trabalho, enriquecendo a compreensão pública do Carnaval. Por meio de reportagens, análises contextuais e entrevistas, as/os jornalistas oferecem ao público uma visão abrangente das tradições, dos desafios e das transformações do Carnaval. Além disso, destacam-se as questões sociais e políticas que permeiam essa celebração, proporcionando uma reflexão crítica sobre seu impacto na sociedade“, acrescentou.

“Neste sentido, a FENAJ exorta o público a reconhecer o valor inestimável do jornalismo na promoção da informação precisa e na preservação da memória coletiva. Ao valorizarmos o trabalho das/dos jornalistas durante o Carnaval, fortalecemos não apenas a liberdade de imprensa, mas também a nossa compreensão mais profunda das complexidades culturais e sociais que moldam essa festividade tão emblemática“, finalizou a federação.

Críticas nas redes sociais

Nos comentários da publicação de Monica, muitos concordaram com a ex-repórter. “Horrível a transmissão! Milton Cunha tá se desdobrando pra tentar manter um nível razoável, mas tá babado“, comentou uma. “Esse é o resultado da desvalorização do trabalho do jornalista“, disse outra. “Foi a pior cobertura da história! Mexeram com a alma da transmissão. Foi um desastre em todos os sentidos. Que saudade de vocês!“, refletiu mais uma.

Um usuário comentou sobre o lucro que a emissora teria intentado com esse tipo de cobertura. “Tirar a transmissão do Carnaval do jornalismo e colocar pro entretenimento foi um grande erro da Globo. Buscaram o lucro, mas perderam qualidade na cobertura do Carnaval ao colocar um bando de influencer que não conheciam nada dos desfiles“, disparou.

Além disso, os telespectadores reclamaram sobre a escalação de influenciadores e repórteres de outras áreas, como a de esporte, a forma com que os operadores de câmera mostravam as alas e, ainda, se recordaram de outros apresentadores. Veja:

Sair da versão mobile