Mentor de sequestro era amante da vítima e a atraiu com “encontro” no dia do crime, diz Ministério Público do RJ

MP ainda apontou como Anic de Almeida Peixoto Herdy foi atraída para um encontro em 29 de fevereiro

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que Lourival Correa Netto Fadiga, preso e réu por extorsão mediante sequestro de Anic de Almeida Peixoto Herdy, era amante da vítima e a atraiu para um encontro no dia em que ela foi vista pela última vez, em 29 de fevereiro deste ano, em Petrópolis. Até hoje ela não foi localizada.

Ou ela está desaparecida ou efetivamente foi assassinada. A polícia não descarta nenhuma possibilidade, mas eu acredito que por conta dessa ambição e dessa impunidade, Anic possa ter perdido a vida“, declarou a delegada Cristiana Onorato Miguel ao g1. Um novo inquérito foi aberto na 105ª DP (Petrópolis) para tentar localizar a advogada de 54 anos.

A polícia informou que Lourival, que era conhecido como “Gordo” e Fatica, se passava por um policial federal para conquistar a confiança da família. O relacionamento amoroso entre Anic e o mentor do sequestro consta na denúncia feita do MPRJ, aceita pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Petrópolis.

O órgão público, segundo o veículo, descreve que Lourival, “detentor de uma personalidade galanteadora, possuía relacionamento amoroso com várias mulheres, dentre elas a vítima Anic”. De acordo com os promotores do caso, ele usou o affair com a advogada como pretexto para atraí-la até um encontro na Rua Teresa, “quando, então, a sequestrou e passou a exigir do marido o preço do resgate”. O carro dele foi filmado circulando pela mesma região, minutos depois da mulher ser vista pela última vez.

No mesmo dia do sumiço, o marido de Anic, Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, recebeu uma mensagem que a mulher havia sido sequestrada e só seria solta mediante resgate de R$ 4,6 milhões. O idoso é herdeiro de um grupo que administrou algumas universidades no Rio de Janeiro. O valor foi pago, mas a advogada não apareceu.

Anic não é vista há três meses. (Foto: Reprodução/TV Globo)

O MPRJ afirmou também que o mentor mantinha “relacionamento simultâneo com várias mulheres, dentre elas a vítima Anic e Rebecca”, que também é ré no caso. “A casa de Rebecca, era, portanto, frequentada assiduamente por Lourival, sendo certo, inclusive, que era para lá que ele estava indo, quando veio de Foz do Iguaçu e foi preso temporariamente”, informou o órgão.

O advogado da família de Anic nega a relação amorosa entre os dois e diz que a vítima não conseguiria ficar longe dos filhos. Uma reportagem exibida pelo “Fantástico”, no último domingo (19), detalhou o momento em que a mulher foi vista pela última vez. A relação entre Lourival e a família de Benjamin também foi revelada. Além do mentor e de Rebecca, Henrique Vieira Fadiga e Maria Luíza Vieira Fadiga, filhos de Lourival, se tornaram réus no sequestro.

Continua depois da Publicidade

O Ministério revelou, ainda, que “todo o dinheiro do resgate foi direcionado para Lourival, já que ele, em total manipulação de Benjamin, que nele confiava cegamente, indicou contas bancárias para as quais deveriam ser realizadas as transferências para pagamento do resgate”. Com a quantia, o mentor comprou 950 celulares por US$ 153 mil, o equivalente a R$ 785 mil. Todos os aparelhos foram destinados ao abastecimento do estoque da loja de produtos de informática de sua família. Saiba mais detalhes sobre o caso, clicando aqui.

Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques