Após personagem de parque temático dos EUA ser acusado de ignorar crianças negras em vídeo viral, Justiça toma decisão sobre processo milionário

O caso aconteceu em 2022, mas só teve uma decisão nesta quarta-feira (18)

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O parque de diversões licenciado da Vila Sésamo na Filadélfia foi acusado de racismo após um vídeo circular pela internet e mostrar duas meninas negras sendo rejeitadas por um dos personagens. Hoje (20), o The New York Post revelou que a ação foi rejeitada pela Justiça dos EUA.

A controvérsia começou em julho de 2022, quando Jodi Brown, mãe de uma das meninas, divulgou imagens de alguém vestido como Rosita acenando para uma multidão de fãs antes de fazer um suposto sinal de “não” para as crianças, que estão de braços abertos esperando o cumprimento.

A gravação termina antes do mascote ir embora, mas a mãe escreveu que Rosita abraçou uma garota branca ao lado delas. Ela também afirmou que perguntou a outro funcionário sobre quem vestia a fantasia e pediu para falar com um supervisor, tendo uma resposta negativa. Clique aqui para relembrar o caso.

A situação acabou se tornando uma briga na Justiça, com o processo de discriminação racial contra o Sesame Place pedindo US$ 25 milhões (cerca de R$ 137 milhões). No documento, a família alega que o personagem do parque temático “ignorou propositalmente crianças negras”.

O pai de uma das meninas, Quinton Burns, foi quem abriu uma ação coletiva de US$ 25 milhões contra o SeaWorld Parks, proprietário do Sesame Place, por “discriminação racial generalizada e terrível” depois de alegar que sua filha, Kennedi, foi ignorada.

O processo, que foi representado pelo escritório de advocacia Murphy, Falcon & Murphy, com sede em Baltimore, alegou que Kennedi foi ignorada por não apenas um, mas quatro personagens no dia 18 de junho de 2022, devido à sua cor: “Os artistas do SeaWorld prontamente se envolveram com numerosos clientes brancos em situação semelhante”. A família envolvida no vídeo inicial das duas meninas sendo ignoradas por Rosita não era demandante na ação coletiva.

A advogada da família, B’Ivory LaMarr, requisitou que o SeaWorld Parks and Entertainment cobrisse todas as despesas relacionadas com a saúde mental das meninas, alegando que elas tinham passado por um “grave sofrimento emocional” devido ao tratamento.

No total, 150 famílias contataram LaMarr alegando terem passado por experiências semelhantes com artistas no parque, após a repercussão do vídeo.

Entretanto, um júri federal na Filadélfia votou contra a continuação da ação nesta quarta-feira (18), depois de determinar que a SeaWorld Parks and Entertainment não era responsável por qualquer irregularidade, de acordo com a NBC 10. A decisão foi unânime.

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Parque quebra silêncio

Depois de ser considerado inocente, o parque divulgou um comunicado agradecendo ao júri pela decisão. “Os fatos apresentados demonstram que tratamos nossos clientes com igualdade. Queremos que todos os visitantes do nosso parque se sintam bem-vindos e seguros quando nos visitam e que possam ver e sentir aspectos de si mesmos nas experiências que criamos”, disse um porta-voz do Sesame Place à NBC 10.

“Estamos orgulhosos do papel que desempenhamos na criação de memórias duradouras – especialmente para os nossos visitantes mais jovens. Estamos constantemente aprendendo e melhorando e estamos comprometidos em usar nossos parques para ajudar a construir uma experiência mais inclusiva para nossos hóspedes”, concluiu.

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