Professor é preso em Goiás por usar mensagens via PIX para importunar adolescente; vítima expõe comportamento

Suspeito enviava mensagens dizendo que iria matar a vítima nos comprovantes das transferências

Um professor de Valparaíso de Goiás, próximo ao Distrito Federal, é suspeito de perseguir uma ex-aluna e coagi-la com textos via PIX. Ele também enviou mensagens para a mãe de uma das vítimas. Neste sábado (5), em entrevista à TV Anhanguera, a mulher contou que foi ameaçada de morte e revelou prints da transferência.

[Ele] disse que ia me matar, que ia matar ela e que eu ia sofrer”, disse ela, preferindo não se identificar. Segundo a mãe, o suspeito começou a indagar se ela deixava a filha namorar com ele. “Perguntou se ela dormia fora de casa e eu sempre respondi que não”, detalhou. Em seguida, conforme a mulher, ele passou a mandar mensagens para as amigas dela.

[Enviava] mensagens três horas da manhã, duas horas, cinco. Não tinha hora”, relatou a mãe. Ela acrescentou que, à época, denunciou o professor para a polícia e acreditava que ele estava preso. Porém, foi surpreendida pelas notícias de novas vítimas. “Não existe justiça. Não é a primeira vez. Eu fiquei bastante revoltada, porque achei que ele estivesse preso e, aí, vem essa bomba de novamente”, afirmou.

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Mensagens via PIX

Os agentes explicaram que, apesar de ser bloqueado em todos os canais de comunicação e redes sociais da vítima, o professor criava diversos perfis, e insistia em enviar mensagens para seus alvos. A adolescente contou à polícia que a situação aconteceu por meses, até que ele passou a transferir valores via PIX com mensagens nos extratos bancários para tentar falar com ela.

Nos recados, o suspeito utilizava um tom ameaçador ao dizer que tiraria a própria vida e mataria pessoas próximas da menina. Segundo a polícia, no último dia 21 de setembro, ele mandou: “Você vai me matar, entendeu? Vai ser você”. Já na segunda-feira (23), dois dias depois, escreveu: “Não é a polícia que vai mudar minha cabeça. Eu só não quero morrer em cadeia. Quero me matar do meu jeito”.

Veja:

Professor enviada mensagens ameaçadoras para aluna via PIX (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

O suspeito também realizou um PIX para ela com o seguinte texto: “Querendo morrer. Quem sabe não levo mais gente. Mas vocês vão viver a vida de vocês, ficar seguras”.

Professor também enviou PIX com mensagem ameaçando a mulher (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

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Prisão em flagrante

Em nota, a Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO) declarou que atua no caso, a fim de garantir ao suspeito os direitos fundamentais à ampla defesa e ao contraditório. O homem foi preso no último dia 26 de setembro, enquanto esperava pela saída da ex-aluna na porta da escola.

A polícia conseguiu deter o profissional em flagrante, graças ao contato da adolescente no respectivo dia. De acordo com as autoridades, ela falou que o professor estaria na porta da escola onde ela estuda, esperando por sua saída. A menina enfatizou, ainda, que ele já havia agido da mesma forma outras vezes.

A Polícia Civil de Goiás disponibilizou o telefone (61) 99569-9462 para denúncias de novas vítimas do homem. “Caso alguma outra aluna ou pessoa tenha sido vítima do investigado, entre em contato com a Delegacia para registrar a ocorrência para o andamento da investigação”, reforçou o delegado Bruno Van Kuyk.

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Vítima expõe comportamento

Uma das vítimas detalhou a forma que o professor agia, incluindo as ofertas em dinheiro feitas por ele. “Me dizia que estava apaixonado por mim e aí começou a querer comprar os meus amigos. Ele ofereceu R$ 100 para o meu amigo para ele me convencer a voltar a falar com ele [professor], responder as mensagens que ele mandava para mim”, recordou.

Também à TV Anhanguera, a adolescente contou que teve aulas com o homem em 2019, quando tinha 17 anos. Ela destacou que, na época, aceitou que o suspeito lhe pagasse um lanche, mas depois passou a ser perseguida por ele durante seis meses. A vítima disse, ainda, que denunciou o professor na direção da escola e ele foi afastado.

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[Ele falava] que era apaixonado por mim, que não tinha problema a idade dele nem a minha, que eu não precisava me preocupar com ele ser demitido, que não precisava se preocupar com a escola. [Dizia] que estava tudo certo e que se eu beijasse ele o mundo não ia acabar ele também não ia ser preso”, descreveu.

De acordo com o g1, até quarta-feira (2), pelo menos cinco vítimas foram identificadas pela Polícia Civil.

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