Uma criança de oito anos foi resgatada depois de ficar à deriva no mar dentro de uma bolha aquática na Praia do Lázaro, em Ubatuba, no litoral paulista, na terça-feira (24). O menino foi puxado por um cabo de aço por três ocupantes de uma lancha que o avistaram.
O GBMar (Grupamento de Bombeiros Marítimo) havia sido acionado por testemunhas que viram o garoto, mas chegou depois que a criança já estava em segurança. Ele foi entregue aos responsáveis sem ferimentos.
EM UBATUBA 📍 Criança é resgatada de bolha inflável à deriva no mar no litoral de SP
Menino estava dentro de boia que se perdeu em alto-mar em Ubatuba; marinheiros de lancha encontraram o garoto e o socorreram
📽️: Rafael Graça do Prado pic.twitter.com/gXz6YTNW3s
— Estadão 🗞️ (@Estadao) December 26, 2024
No vídeo compartilhado nas redes sociais, é possível ver que a bolha foi presa à lancha com o garoto dentro e levada até a costa. O proprietário da embarcação que fez o resgate, Welington Júnior, revelou detalhes do momento em conversa com g1.
“Eu acho que porque ela bateu na costeira, ela furou. Meu medo era ela desinflar com ele lá dentro. O rapaz da outra lancha gritou: ‘Não abre, porque senão vai afundar tudo’. A gente passou uma corda na bolha e veio arrastando o mais rápido que deu, porque também não dava pra vir muito rápido, senão podia machucar o menino“, relatou.
Segundo o marinheiro Rafael Graça do Prado, que também presenciou o incidente, o menino estava se debatendo dentro do objeto. “O menino estava muito desesperado […] Ele estava com muito medo lá no meio do mar sozinho. Eu perguntei se ele estava respirando bem e ele deu um joinha. Lá dentro ele grita, mas não dá para entender muito bem”, apontou ao UOL.
“A gente conversou com o menino, eu estava preocupado se ele estava conseguindo respirar ou não, porque essa boia é perigosa”, adicionou Rafael. “Ela tem um tempo que você pode respirar dentro dela. Eu fui acalmando ele, e foi a hora que minha filha começou a filmar”, relembrou.
Ele contou que essas bolhas são alugadas na praia e ficam presas a um cabo, mas que, no caso do garoto, a contenção se soltou: “O pessoal aluga e deixa essa boia aqui na beirinha, segurando por um cabo. Porém, esse cabo soltou e chegou um vento forte, o vento levou a boia. Inclusive, ela já tinha batido nas pedras e ela estava furada, ela estava vazando“.
Alerta
De acordo com a capitã Karoline Burunsizian, do GBmar, a criança estava a mais de 200 metros da costa quando conseguiu ser salva. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ela fez um alerta sobre objetos flutuantes no mar.
“É uma moda que vem do Rio de Janeiro e é muito perigosa. A cada três mortes por afogamento, uma começa com o uso de objetos flutuantes. Esses objetos passam uma falsa sensação de segurança, mas isso não é uma realidade“, esclareceu ela, que ainda deu uma orientação aos banhistas. “Não utilize objetos flutuantes, o que inclui colchões infláveis, inclusive em piscinas”, adicionou.
Um caso semelhante foi registrado em Copacabana, no Rio de Janeiro, em abril de 2023. Na ocasião, um casal precisou ser resgatado pelos Bombeiros após ficar à deriva dentro da bolha inflável. De acordo com informações divulgadas na época, o instrutor que segurava o cabo de contenção do objeto começou a ser puxado pelo mar e acabou soltando a corda. Ele também precisou ser resgatado.
Todos receberam primeiros socorros na areia e foram liberados. Depois do ocorrido, duas bolhas infláveis foram recolhidas por guardas municipais da cidade.
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