Nesta segunda-feira (21), a Polícia Federal concluiu a perícia no pen drive encontrado no banheiro da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. O dispositivo foi apreendido durante uma operação autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, e submetido à análise técnica da PF para verificar se continha informações relevantes para as investigações contra Bolsonaro.
O conteúdo do pen drive era tratado como uma possível peça-chave no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado envolvendo a família Bolsonaro. No entanto, segundo fontes próximas à investigação, o material analisado foi considerado “irrelevante para o inquérito”. A informação foi divulgada pelo portal g1 e confirmada pelo UOL junto a fontes da Polícia Federal.
A perícia no celular de Bolsonaro, por sua vez, ainda está em andamento e não há prazo para ser concluída. De acordo com os investigadores, a extração dos dados armazenados na nuvem é mais demorada. O objetivo da análise é localizar conteúdos que tenham ligação com a investigação
Na sexta-feira (18), Bolsonaro foi questionado pela imprensa sobre o dispositivo e afirmou desconhecer o pen drive e seu conteúdo. “Nunca abri um pen drive na minha vida. Eu não tenho nem laptop em casa para mexer com pen drive. A gente fica preocupado com isso”, declarou Bolsonaro.
O Presidente Bolsonaro afirmou que o pen drive encontrado no banheiro não era dele.
Que alguém pediu para ir ao banheiro e voltou com o pen drive.
Isso é muito preocupante. pic.twitter.com/fZbkekXpve
— Bruno Porto (@ob_porto) July 18, 2025
Após ser ordenado a usar tornozeleira eletrônica por ordem do STF, Bolsonaro se pronunciou sobre a operação da Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente.
Além do pen drive, os agentes apreenderam cerca de US$ 14 mil (R$ 77,7 mil) e R$ 8 mil em espécie, além de uma cópia impressa de uma ação protocolada nos Estados Unidos pela plataforma de vídeos Rumble contra Moraes, alegando censura judicial. O documento tem apoio do Trump Media & Technology Group, empresa ligada ao presidente norte-americano Donald Trump. Também foram recolhidos o celular de Bolsonaro e o pen drive escondido no banheiro.
Em conversa com jornalistas em Brasília, Bolsonaro afirmou nunca ter cogitado deixar o país e classificou as medidas impostas pelo STF como uma “suprema humilhação”. “A suspeita é um exagero. Suprema humilhação. Já é a quarta busca e apreensão contra mim”, lamentou.
“Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para embaixada, mas as medidas cautelares são em função disso. Eu não posso me aproximar de embaixada, tenho horário para estar na rua e, no meu entender, o objetivo é uma suprema humilhação. É isso que estão buscando”, acrescentou.
Nesta sexta (18), Jair Bolsonaro (PL) afirmou que nunca teve intenção de deixar o Brasil. Ele classificou as medidas preventivas do STF como “suprema humilhação”.
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— Hugo Gloss (@HugoGloss) July 18, 2025
Questionado sobre a origem do dinheiro em espécie e do pen drive, Bolsonaro disse ter recibos que comprovam a procedência dos valores e afirmou que irá declarar tudo no imposto de renda do próximo ano.
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