A mochileira alemã Carolina Wilga, de 26 anos, voltou para casa no sábado (19), após ficar 12 dias perdida no interior da Austrália. Conforme o jornal O Globo, a jovem, natural de Castrop-Rauxel, na Alemanha, desembarcou no aeroporto de Düsseldorf às 13h31, depois de mais de 20 horas de voo entre Perth, Dubai e seu país de origem.
Wilga viajou de classe executiva em um Airbus A380 da Emirates, acompanhada por uma equipe médica durante todo o trajeto como precaução frente ao episódio de sobrevivência no deserto australiano. Ela foi levada de ambulância do aeroporto para o Hospital Evangélico de Castrop-Rauxel, onde permanece em recuperação, agora com sua família.
Entre os pertences trazidos, estava a mochila laranja de trekking que a acompanhou em suas viagens pela Austrália. Carolina virou manchete nos últimos dias por sobreviver sozinha por quase duas semanas na região de Wheatbelt, em Western Australia. No dia 29 de junho, ela foi vista pela última vez em um pequeno supermercado no interior do estado.
Dias depois, seu furgão foi encontrado danificado e abandonado em uma área de vegetação densa, próxima à reserva natural Karroun Hill. Dentro do veículo havia suprimentos, como alimentos e água, além de roupas, mas nenhum sinal da jovem.
Ao invés de aguardar ser socorrida no local, a alemã decidiu caminhar pelo mato após perder o controle do veículo e capotar em um barranco. “Alguns podem se perguntar por que eu deixei o carro mesmo tendo comida e água. Mas bati a cabeça com força no acidente e fiquei desorientada”, explicou ela de seu leito hospitalar.
Conforme O Globo, Carolina sobreviveu bebendo água de poças, dormindo em cavernas, enfrentando noites geladas e infestações de insetos. Nesse período, ela perdeu 12 quilos e sofreu queimaduras, ferimentos no pé e um quadro severo de desidratação. A mochileira só foi encontrada no dia 11 de julho, por uma fazendeira de gado, Tania Henley, à beira de uma estrada de terra. A localização ficava a 24 quilômetros de onde seu furgão havia sido abandonado.
Wilga, então, foi resgatada e levada de helicóptero para o Hospital Fiona Stanley, em Perth, onde iniciou sua recuperação. Só então ela poderia retornar ao país de origem, sob supervisão médica. A jovem se pronunciou sobre o caso em um post divulgado no Instagram pela polícia australiana.
“Antes de mais nada, quero expressar um enorme agradecimento do fundo do meu coração. Um agradecimento que realmente vem do fundo da minha alma! Por todo o apoio incrível durante as buscas por mim. Antes, eu não sabia qual era o meu lugar em uma cultura do outro lado do mundo, mas agora me sinto parte dela. Estou profundamente impressionada com a coragem, a ajuda e a cordialidade que me foram demonstradas aqui. A Austrália Ocidental me ensinou o que realmente significa fazer parte de uma verdadeira comunidade. Aqui, a humanidade, a solidariedade e o cuidado uns com os outros são o que realmente importa. E, no final, é o que mais conta”, refletiu.
Carolina ainda expressou sua gratidão à Tania e às autoridades por socorrê-la. “Tenho certeza de que sobrevivi somente graças a essa incrível manifestação de apoio. O pensamento de todas as pessoas que acreditaram em mim, procuraram por mim e continuaram esperando por mim me deu forças para continuar durante meus momentos mais sombrios. Por isso, quero agradecer do fundo do meu coração”, reforçou.
“Especialmente aos investigadores da polícia, aos investigadores, ao Consulado Alemão, à equipe médica e às maravilhosas enfermeiras que cuidaram de mim com tanta compaixão. Meus mais profundos agradecimentos também a todas as pessoas que simplesmente pensaram em mim. E, é claro, à minha salvadora e anjo, Tania”, completou Wilga.
