Uma mulher, de 29 anos, denunciou à polícia que foi abusada e mantida em cárcere privado pelo padrasto durante 22 anos, no município de Araucária, no Paraná. Ela conseguiu fugir na última terça-feira (16), após alegar ao homem que precisava levar os filhos a um posto de saúde, mas foi até a uma delegacia.
O delegado responsável pelo caso, Eduardo Kruger, disse ao portal g1 que os abusos começaram quando a vítima tinha sete anos, época em que a mãe dela ainda era casada com o homem. “Aos 15 anos, a vítima engravidou. O homem se separou da mãe dela e a obrigou a manter um relacionamento com ele. Eles tiveram três filhos“, declarou.
De acordo com Kruger, o relato foi feito pela própria vítima. O padrasto também a obrigava a se relacionar com outros homens, registrava os abusos em vídeo e a controlava emocionalmente para mantê-la em cárcere privado.
A enteada ainda sofria agressões físicas e era monitorada por câmeras espalhadas pela casa. “Ela saía de casa raras vezes, e o homem controlava de minuto em minuto o que ela estava fazendo“, revelou o delegado, que classificou o caso como “um dos mais bárbaros que já se ‘presenciou’“.

De acordo com as autoridades, o suspeito ligou mais de 30 vezes enquanto a vítima estava na delegacia. Ele também enviou mais de 15 áudios, incluindo alguns com ameaças.
Após a denúncia, a polícia foi até a casa onde o homem estava e o prendeu em flagrante. Na residência, os agentes apreenderam as câmeras utilizadas para monitoramento e vídeos dos abusos no celular do suspeito.
Veja o momento:
Polícia prende padrasto que manteve enteada em cárcere privado por 22 anos pic.twitter.com/Umj24rHcdf
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) September 19, 2025
Conforme o g1, o nome do suspeito, de 51 anos, não foi revelado pela polícia devido à lei de abuso de autoridade. A defesa dele ainda não se pronunciou sobre o caso.
A mãe da vítima foi chamada para prestar depoimento nesta quinta-feira (18), mas a polícia não informou se ela é investigada no crime. A Justiça já converteu a prisão do homem em preventiva. A vítima e os filhos da mulher foram acolhidos e encaminhados para um local seguro, enquanto aguardam análise das medidas protetivas de urgência, segundo as autoridades.
Sete crimes estão sendo investigados no inquérito: estupro de vulnerável; estupro; privação da liberdade; ameaças; perseguição; violência psicológica; e dano emocional. Em caso de condenação, eles podem render uma pena de mais de 100 anos de prisão.
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