Rob Reiner, encontrado morto neste domingo (14), junto com a esposa, Michele Singer, já havia retratado os conflitos familiares no drama “Being Charlie” (2015). A produção voltou a chamar atenção do público após Nick Reiner, filho do casal, ser apontado pela revista People como principal suspeito no caso.
As autoridades policiais, entretanto, ainda não confirmaram as informações divulgadas pela imprensa. Apesar disso, já é sabido que a família Reiner enfrentou problemas, principalmente devido à dependência química de Nick.
Nick co-escreveu o roteiro com um amigo da reabilitação, inspirado por suas experiências, enquanto Rob assumiu a direção de “Being Charlie”, baseando-se em sua própria experiência como pai.
Aprovado pela família, o filme traz um olhar sincero e incomum sobre o funcionamento interno da casa dos Reiner nos anos em que os desafios de Nick se intensificaram. Carey Elwes interpretou o alter ego de Rob, e Nick Robinson viveu o personagem inspirado no rapaz.

Na trama, Charlie Mills é o filho viciado de 18 anos de David, um astro de cinema que agora concorre a uma vaga no Congresso. O jovem se ressente da maneira severa como seu pai e sua mãe lidam com seu vício, que envolve internações obrigatórias em clínicas de reabilitação. Conforme a família, a narrativa se assemelha ao modo como as interações ocorriam entre pais e filho.
Apesar de “entregar poucas respostas”, como apontado pelo The Hollywood Reporter, o longa encerra com uma trégua após um pedido de desculpas do pai pela maneira como tratou o filho. O próprio Reiner reconheceu que deveria ter feito o mesmo com Nick na vida real, durante uma entrevista no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF).
“Quando Nick nos dizia que não estava funcionando para ele, não o ouvíamos. Estávamos desesperados e, como as pessoas tinham diplomas na parede, demos ouvidos a elas quando deveríamos ter ouvido nosso filho”, declarou o diretor em uma entrevista ao LA Times. Nesta época, segundo Rob, Nick já estava sóbrio.
“Fomos muito influenciados por essas pessoas. Elas nos diziam que ele era um mentiroso, que estava tentando nos manipular. E nós acreditamos nelas”, acrescentou Michele.
O rapaz, por sua vez, disse que decidiu se livrar do vício, pois estava cansado. “Cansei de fazer essa merda. Venho de uma família boa. Não deveria estar nas ruas e em abrigos para moradores de rua fazendo todas essas merdas”, declarou.
Até o momento, Nick está sendo interrogado pela polícia. O Departamento de Polícia de Los Angeles afirmou que o caso deve ser investigado como homicídio.
Assista ao trailer de “Being Charlie”:
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