O documentário “Leaving Neverland”, que discute supostos casos de abuso sexual infantil cometidos por Michael Jackson (1958-2009), estreou ontem (25) durante no Sundance Film Festival em Park City, Utah. Então, não demorou muito para que o espólio do Rei do Pop divulgar uma longa declaração criticando o filme, chamando-o de “tipo de assassinato de um personagem dos tabloides que Michael Jackson sofreu na vida, e agora na morte“.
Além disso, o comunicado divulgado pelo espólio de Michael Jackson chama Wade Robson e James Safechuck de “dois perjuros“, uma referência às declarações juramentadas que os homens deram quando o artista estava vivo de que ele não havia abusado delas. O documentário traz depoimentos de Robson e Safechuck contando como conheceram e se envolveram com o Rei do Pop.
Segundo o jornalista da Variety que assistiu à produção, Robson o conheceu em uma competição de dança quando tinha cinco anos de idade (e os abusos teriam começado por volta dos sete anos), já Safechuck encontrou Michael Jackson pela primeira vez em um comercial de refrigerante aos oito anos.
As histórias de Robson e Safechuck são a base do documentário de quatro horas, que vai ao ar no final deste ano no canal HBO e causou comoção depois de sua estreia no Sundance. O espólio acusa o filme de se concentrar demais nos dois rapazes e ignorar outros que passaram um tempo significativo com o cantor. Os representantes do astro afirmaram ainda que “ele tratou as crianças com respeito e não fez nada prejudicial a elas“.
“O filme leva alegações não confirmadas que supostamente aconteceram há 20 anos e as trata como fatos. Essas reclamações eram a base de processos movidos por esses dois mentirosos admitidos, que foram finalmente julgados por um juiz. Os dois acusadores testemunharam sob juramento que esses eventos nunca ocorreram. Eles não forneceram provas independentes e absolutamente nenhuma prova em apoio às suas acusações, o que significa que o filme inteiro depende apenas da palavra de dois perjuros“, disse um trecho do comunicado.
E continuou: “Por 20 anos, Wade Robson negou no tribunal e em inúmeras entrevistas, inclusive depois da morte de Michael, que ele era uma vítima e afirmou que estava agradecido por tudo que Michael havia feito por ele. Sua família se beneficiou da gentileza, generosidade e apoio à carreira dele até a morte de Michael. Convenientemente deixado de fora de ‘Leaving Neverland’ foi o fato de que, quando Robson foi negado num papel em uma produção do Cirque du Soleil com tema de Michael Jackson, suas alegações de abuso surgiram de repente“.
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“Somos extremamente simpáticos a qualquer vítima legítima de abuso infantil. Este filme, no entanto, faz um desserviço às vítimas. Porque apesar de todas as negações feitas que isso não é sobre dinheiro, sempre foi sobre dinheiro – milhões de dólares – desde 2013, quando Wade Robson e James Safechuck, que compartilham o mesmo escritório de advocacia, lançaram suas alegações mal sucedidas contra o espólio de Michael. Agora que Michael não está mais aqui para se defender, Robson, Safechuck e seus advogados continuam seus esforços para alcançar notoriedade e um dia de pagamento, sujando-o com as mesmas alegações de quando um júri o considerou inocente ainda em vida“, finalizou o espólio de Michael Jackson.