Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis foram detidos pela polícia do Paraguai na noite desta quarta-feira (04), acusados de portarem passaportes falsos para entrarem no país. A informação foi dada em primeira mão pela jornalista Soledad Franco e depois confirmada pelo Ministério Público do Paraguai através das redes sociais.
O ex-jogador desembarcou ontem no meio da tarde no país vizinho para participar de dois eventos nesta quinta-feira (05). As autoridades receberam a denúncia ainda no aeroporto, mas preferiram não agir no local em virtude da repercussão sobre a chegada do astro de futebol, que foi recebido por vários fãs e admiradores.
Algumas horas depois, entretanto, Ronaldinho e Assis foram abordados pela Polícia Nacional no hotel em que estavam hospedados e passaram a noite sob custódia para prestar depoimento no Ministério Público na manhã seguinte. Segundo um documento acessado pelo ‘UOL Esporte’, ambos colaboraram com as investigações.
Um dos principais questionamentos das autoridades paraguaias é o motivo de ambos terem entrado com passaportes falsos, uma vez que, por acordo do Mercosul, não há necessidade de apresentar o documento brasileiro para entrar no país. De acordo com Gilberto Fleitas, diretor de investigação da polícia, o atleta e o irmão saíram do Brasil apresentando documentos locais, mas entraram no Paraguai com o passaporte adulterado de nacionalidade paraguaia.
Caso Ronaldinho: Fue allanada la suite donde está hospedado Ronaldinho. Se encontraron, documentos varios, C.I. y pasaportes paraguayos con los nombres de Ronaldinho y su hermano. Investigación en curso. pic.twitter.com/jGO4ZoHNWn
— Fiscalía Paraguay (@MinPublicoPy) March 5, 2020
O advogado Sérgio Queiroz, que representa Gáucho, disse ao “Globo Esporte” que “certamente trata-se de algum equívoco que será esclarecido”. Ao “G1”, ele ainda afirmou que não está claro por que haveria algum problema com os documentos. “Isso me causa estranheza, porque ele tem documentação, ele tem passaporte brasileiro”, explicou a defesa.
Até o momento, as autoridades paraguaias já prenderam o brasileiro Wilmondes Sousa Lira, empresário de 45 anos acusado de ser o responsável por fornecer os passaportes falsos em nome de Ronaldinho e Assis. Ele passou a noite na sede de Investigação de Delitos da Polícia Nacional.
Caso Ronaldinho: Fue allanada la suite donde está hospedado Ronaldinho. Se encontraron, documentos varios, C.I. y pasaportes paraguayos con los nombres de Ronaldinho y su hermano. Investigación en curso. pic.twitter.com/8cqHaEI5rS
— Fiscalía Paraguay (@MinPublicoPy) March 5, 2020
Problemas com passaporte
Em 2018, Ronaldinho e o irmão tiveram seus passaportes apreendidos como forma de obrigar a família a pagar uma indenização que passava de R$ 8,5 milhões. Os dois foram condenados pela construção ilegal de um trapiche, com plataforma de pesca e atracadouro, em uma área de preservação permanente e sem licenciamento ambiental.
Em setembro do ano passado, entretanto, os irmãos entraram em acordo com o Ministério Público e recuperaram os passaportes detidos. Na mesma época, Ronaldinho foi nomeado embaixador do turismo brasileiro pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo).
Por enquanto, as autoridades paraguaias seguem investigando o caso.