Kim Kardashian se sentou com David Letterman para a terceira temporada do talk-show “O próximo convidado dispensa apresentação”, da Netflix. Em uma entrevista de mais de 40 minutos, lançada nesta quarta-feira (21), a empresária falou sobre sua família, sua relação com o governo de Donald Trump e o traumático assalto que sofreu em 2016, em Paris.
Kim se emocionou bastante ao relembrar os momentos de pânico que viveu, ao pensar que seria abusada pelos assaltantes. “Ele (um dos criminosos) me agarrou, e eu estava usando um roupão sem nada por baixo… Não quero chorar… Não quero estragar minha maquiagem“, disse ela, sensibilizada, arrancando risadas da plateia. “Ele me agarrou e me puxou para junto dele, mas eu não estava usando nada por baixo, então pensei: ‘Tá bom, é agora que vou ser estuprada. Apenas aceite que isso vai acontecer. Apenas se prepare’. Então eu fiz isso, e aí… Não sei porque estou chorando, já falei sobre isso antes. Mas então ele me amarrou com algemas, abraçadeiras e fita adesiva. Daí passou fita na minha boca e nos meus olhos“, relatou.
A empresária contou que, além dela, um funcionário do hotel também estava rendido pelos ladrões. “Antes de passar fita nos meus olhos, que foi a última coisa, eu vi que ele achou minha caixa de joias e disse: ‘Aha!’, tipo: ‘Conseguimos’. Mas fiquei olhando para o porteiro, que eu não sabia quem era, e disse: ‘O que está acontecendo? Nós vamos morrer? Diga que eu tenho filhos. Tenho bebês, marido, uma família. Tenho que ir para casa. Diga pra levarem tudo, não vou denunciá-los. Podem levar tudo'”, pontuou.
“Foi há três anos, e era a Semana de Moda. Levei todas as minhas joias pela primeira vez. Coloquei tudo que eu tinha em uma caixa de joias e levei comigo pensando: ‘Vou a Paris, tenho que levar os melhores’. E na semana anterior, Kanye [West] tinha comprado um anel para mim. Eu estava muito animada e feliz, então gravei um vídeo e o estava exibindo nas redes sociais“, relembrou.
A estrela revelou que, naquela noite, sua irmã, Kourtney Kardashian, não estava com ela. “Kourtney tinha saído para ir a uma boate. E, naquela época, nós viajávamos com um único segurança, e eu disse: ‘Leve o segurança porque você vai sair’. E então, por volta das três da manhã, ouvi barulhos de passos subindo as escadas“, contou.
Depois de perceber que alguém estranho estava em sua acomodação, a empresária tentou ligar para seu segurança, mas foi impedida pelos ladrões, que estavam vestidos de policiais. Kim se lembra de dois que ficaram no quarto com ela. “Eles pegaram meu celular e, acho que levaram com eles… Eles trouxeram o porteiro lá de baixo, algemado. Apontando uma arma para ele. Estavam gritando comigo em francês. Eles ficavam falando: ‘O anel’“, prosseguiu. Quando percebeu que eles se referiam ao anel dado por Kanye, Kim o entregou rapidamente. Os bandidos conseguiram roubar mais ou menos $10 milhões em joias, cerca R$56 milhões.
Para a beldade, porém, a pior parte era pensar na cena que sua irmã veria quando chegasse no hotel, caso o pior tivesse acontecido. “Ele apontou uma arma para mim, e eu pensei: ‘Chegou a hora’. E eu só pensava na Kourtney, fiquei pensando que ela ia voltar e eu estaria morta no chão, e ela nunca ia… Ela ficaria traumatizada pelo resto da vida se me visse assim. Nós estamos dividindo o quarto. Na cama dela. Mas achei que aquele era meu destino“, afirmou.
Felizmente, tudo deu certo e Kim saiu fisicamente ilesa dessa situação. “Ele me pegou e colocou em uma banheira. Depois ele me pegou de novo, me colocou no chão e fugiu“, contou. Um tempo depois, a polícia conseguiu encontrar a gangue, e 17 homens foram presos. A beldade descobriu que, na verdade, os bandidos a seguiram durante dois anos e já haviam tentado roubá-la anteriormente. “Eu não sabia que eles tinham alguém no elevador, alguém na recepção, alguém que virou a câmera, alguém que arrombou a porta, alguém no carro de fuga. Tinha uma equipe inteira que planejou isso“, pontuou.
Kim também falou sobre seu trabalho com prisioneiros nos Estados Unidos. Nos últimos anos, a empresária tem se envolvido com casos de pessoas que tiveram penas abusivas ou julgamentos injustos, buscando melhorias no sistema penal. “Você de repente foi procurada por detentos de todas as prisões, em todos os estados do país?“, perguntou Letterman, ao que a socialite respondeu: “Com certeza, sim“.
Ela também contou que resolveu fazer um curso de direito para ter mais liberdade e conhecimento da causa. “Eu não quero ficar levando um advogado junto a todo lugar que eu for por não conhecer os meandros das leis. Quero resolver isso sozinha“, afirmou. Kim explicou que está realizando um curso não universitário, em que ela estuda de casa e tem que passar 20 horas por semana em um escritório de advocacia, fazendo uma espécie de estágio.
A Kardashian chegou a se encontrar com o presidente dos EUA, Donald Trump, em algumas ocasiões, para discutir mudanças no sistema carcerário do país. “Espero que, nos próximos governos, eu trabalhe com a Casa Branca, ajudando com clemências“, falou. “Estou grato pelo que você está fazendo. Mas isso não melhora minha visão do atual governo“, provocou o apresentador. “Confie em mim, todo mundo me ligou e disse: ‘Não ouse pisar na Casa Branca, ou sua reputação já era. E eu disse: ‘Tenho que pisar lá, ou essas pessoas não terão chance’. É uma vida ou minha reputação?“, explicou Kim.
A empresária, porém, se disse satisfeita com o apoio que recebeu da administração atual na causa prisional. “Estou extremamente focada e sou muito grata a esse governo pela reforma no sistema prisional. Vou reconhecer o que deve ser reconhecido e me concentrar no que posso realizar, e isso é tudo que posso fazer“, concluiu.