Anos após ter se convertido, Andressa Urach contou ter aprendido a trocar o sentimento de vingança pelo perdão. Nesta semana, em entrevista ao podcast “Potter Entrevista”, ela revelou que telefonou para perdoar um homem que a estuprou ainda na infância, mas explicou como foi a reação de hostilidade do seu abusador.
Urach tratou logo de explicar sua opinião, de que estupradores e abusadores devem ser sempre responsabilizados pelos crimes. “Quando o estupro é comprovado, quando existe provas, [a pessoa] tem de ir para a cadeia e pagar pelo que ela fez. Acho que deveria até haver leis mais severas para que isso não acontecesse”, iniciou. Em seguida, ela recordou detalhes da ligação do perdão, e do abuso – vindo de quem ela tratava “como um avô”.
“Eu liguei para ele e disse que eu o perdoava. Ele já é um senhor e não tenho mais como provar que isso aconteceu, porque eu tinha seis anos de idade, até um pouco menos. Minhas memórias são de quando tinha entre seis e oito anos, só que eu morava com ele desde os dois, então isso acontecia há muitos anos”, recordou Andressa.
Andressa pontuou que já imaginava que seria maltratada por sua atitude. “Ele me tratou muito mal [no telefonema], e eu já esperava, porque as pessoas são como podem ser. Cada pessoa reage de uma maneira, cada um tem uma bagagem e cada um tem um pensamento. Eu acho que isso que é bonito no ser humano, a gente respeitar essas diferenças. Eu já estava esperando essa reação ruim da parte dele. Mas isso é individual”, acrescentou.
Nessa lógica do perdão, a eterna peoa de “A Fazenda 6” cogitou que seu agressor também pode ter sido vítima de abusos no passado. “Não justifica, mas, normalmente, a pessoa que foi abusada se torna um abusador. Então eu acredito que na infância ele deve ter passado por isso… Eu consegui olhá-lo como criança”, explicou ela. “A gente vai pra mais tempo ainda no passado, a gente não sabe o que essas pessoas passaram, os traumas, os abusos”, completou.
Apesar das feridas, Andressa ainda exercita sua empatia. “Hoje, eu sempre tento me colocar no lugar do outro, imaginar se fosse eu. Ele tá à beira da morte, bem senhor, fico pensando: ‘O que será que ele passou pra ele fazer isso?’. Eu decidi perdoar. Usei minha razão, ele não me tratou bem, foi bem grosseiro, mas hoje eu entendo que as pessoas são como elas devem ser. Acho que se a pessoa tá mal, é porque ela tá ferida, ela tá machucada. Cada um dá o que tem… Infelizmente, talvez elas não receberam amor, não foram amadas, cuidadas”, refletiu.
Mas não foi fácil chegar nesse estado. “Quando me disseram que eu tinha que perdoá-lo, eu disse: ‘Não! Impossível! Jamais! Ele não’. Eu pensei, nossa, eu tenho ódio dele, como que eu vou perdoar? Aí me ensinaram, que eu teria que usar minha razão. Confessar o perdão mesmo sem ele existir”, disse ela. “Quando eu comecei a pedir, ‘Deus, me ajuda! Sozinha eu não consigo. Tira esse ódio, esse desejo de vingança de mim’, foi naturalmente acontecendo”, continuou.
Recentemente, Andressa fez duras críticas à Igreja Universal. “Dediquei meus últimos seis anos da minha vida para Jesus como todos sabem, mas acabei me sentindo como um objeto descartável, nunca me senti assim nem no tempo da prostituição”, desabafou ela. Mesmo com esse vínculo fragilizado, a modelo ainda segue convicta na sua fé e mais bem resolvida que nunca.
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