BBB22: Linn revela reação da mãe com transição, e explica a Naiara Azevedo diferença de travesti e transexual: “Pergunta complexa”; assista

Ainda na conversa, a cantora falou sobre sua libertação e lembrou da reação da mãe ao saber da transição de gênero

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Linn da Quebrada deu uma aula de representatividade para alguns colegas do “BBB 22“, neste sábado (5). O poderoso discurso começou após Naiara Azevedo questionar quais as diferenças entre os termos travesti e transsexual. “Essa é uma pergunta complexa, sabia?”, afirmou a cantora, elaborando sua resposta.

“Ao meu ver, tem mais aproximações do que diferenças. A travesti é uma identidade latino-americana brasileira. A travesti é uma coisa brasileira mesmo. Quando eu penso nas diferença entre travestis e mulheres trans, uma está em um local social e político mais marginalizado, que é a travesti”, explicou.

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“E a trans, a transgeneridade, nasce quase de um olhar médico sobre os nossos corpos. Isso é como nasce, não necessariamente como está, como foi denominado a partir desse olhar médico. Nasce deste lugar, mas isso também foi se transformando durante os anos, quando as pessoas tomam pra si e constroem sentidos, pra essa identidade”, completou.

Ainda durante a conversa, a artista falou sobre estereótipos criados pela sociedade e disse que ser travesti a liberta desses “rótulos”. “Há uma construção do gênero que aprisiona quase todas nós. Por isso, pra mim, ser travesti me liberta, porque é quando eu posso ser o que eu quiser ser. Eu não preciso necessariamente querer parecer ser uma mulher cisgênero. Eu posso querer parecer comigo, investigar o meu corpo, onde o meu corpo pode chegar e onde eu quero chegar com o meu corpo”, declarou. “Que lindo isso, amiga”, comentou Naiara, com um sorriso no rosto. “Acho que isso, pra mim, é ser travesti”, frisou Linn.

Por fim, Linn lembrou da reação de sua mãe ao saber da transição de gênero. “No início foi bem difícil, porque ela tinha a ideia da travesti de onde vivem, do que se alimentam, do perigo, com medo do que o mundo podia me fazer. Ela usava o medo pra que eu desistisse de ser. Ir morar com meu pai, me expulsar de casa… ela chorou muito, dizia que era uma fase, que ia passar. E isso não só pra ela, mas o restante do contexto. E eu ficava com culpa”, afirmou.

Com o tempo, entretanto, a visão de sua mãe mudou. “Quando saí de casa, fui morar em São Paulo e quando consigo trabalhar e me sustentar, isso vira uma surpresa pra ela. Ela tinha outra ideia do que poderia acontecer e ela me olha com curiosidade, de que é possível. ‘Minha filha é artista’. Antes de me ver como qualquer outra coisa, ela me via como uma artista”, concluiu.