Após quase cinco anos vivendo longe dos holofotes, Linda Evangelista resolveu dividir sua história com a revista People. Meses depois de revelar que ficou “completamente desfigurada” por conta de um procedimento estético, a supermodelo dividiu as imagens de seu corpo pela primeira vez. Na capa da publicação, a estrela dos anos 1990 fez um novo desabafo e falou tudo sobre o caso.
De agosto de 2015 a fevereiro de 2016, Linda passou por sete sessões de um procedimento semelhante à criolipólise – método não invasivo que promete redução de gordura, após congelamento e, consequentemente, morte do tecido adiposo. Hoje, ela sofre muito com as sequelas disso em seu corpo. “Eu amava estar na passarela. Agora eu tenho pavor de encontrar alguém que eu conheço”, admitiu ela, aos prantos. “Eu não posso viver mais assim, escondendo e com vergonha. Eu não podia mais viver com essa dor. Eu quero finalmente falar”, acrescentou.
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Com três meses do procedimento, saliências começaram a surgir nas áreas que haviam sido congeladas – a região do queixo, das coxas e próximo aos seios. Esses “volumes” inesperados logo passaram a endurecer e a adormecer. “Eu tentei consertar eu mesma, pensando que havia feito algo de errado. Chegou ao ponto em que eu não estava comendo nada. Eu pensei que estava perdendo a cabeça”, recordou Evangelista, quando passou a fazer mais exercícios e dieta por conta própria.
Até que, em junho de 2016, ela buscou ajuda médica. “Eu tirei meu robe para ele. Eu estava berrando, e eu disse: ‘Eu não tenho comido, eu estou passando fome. O que eu fiz de errado?'”, lembrou. Foi quando veio o diagnóstico de hiperplasia adiposa paradoxal (HAP) – situação em que ocorre o efeito contrário à criolipólise, e as células de gordura aumentam ao invés de encolher. “Eu estava tipo: ‘Que diabos é isso?’. E ele me contou que nenhuma dieta e nenhuma quantidade de exercícios jamais consertaria isso”, completou.
Na tentativa de corrigir os efeitos adversos, a modelo passou por duas cirurgias de lipoaspiração em junho de 2016 e julho de 2017. Linda contou que teve de usar roupas de compressão, cintas e uma alça no queixo por oito semanas, ou então, ‘a HAP voltaria’. Mesmo assim, de nada adiantou. “Não ficou nem um pouquinho melhor”, lamentou ela.
Evangelista descreveu como é delicado o dia a dia com as sequelas do tratamento. “Os volumes são protrusões e elas são duras. Se eu ando com um vestido sem uma cinta, eu vou ter assadura a ponto de quase sangrar. Porque não é como se fosse uma gordura mole sendo esfregada, é como uma gordura dura sendo esfregada”, afirmou a modelo. Até mesmo sua postura foi afetada, visto que ela não consegue mais “colocar os braços esticados ao lado” de seu corpo.
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Depois de estrelar diversas capas de revista, Linda expôs os resultados dos procedimentos à equipe da People. “Eu não acho que os estilistas vão querer me vestir com isso”, disse ela ao tirar a camisa e mostrar a protrusão retangular debaixo de seu braço. “Eu não me olho no espelho. Não se parece comigo”, lamentou a top model. Veja as fotos do ensaio, clicando aqui.
Agora, Linda move um processo contra a empresa Zeltiq Aesthetics – responsável pelo procedimento CoolSculpting –, por tudo o que sofreu. Ela pede uma indenização de US$ 50 milhões (cerca de R$ 256 milhões), alegando que não pôde mais trabalhar desde que deu início a essas intervenções no corpo. Com isso, ela espera também reconquistar sua confiança e o senso de si.
“Por que nós sentimos necessidade de fazer essas coisas? Eu sempre soube que envelheceria. E eu sei que há coisas pelas quais um corpo passa. Mas eu só não pensava que ficaria assim”, disse Evangelista, expressando que perdeu sua identidade. “Eu não me reconheço fisicamente, mas eu também não me reconheço mais como pessoa. Ela [a supermodelo Linda Evangelista] meio que se foi”, declarou a modelo. “Espero que eu consiga me livrar de parte da vergonha e ajudar outras pessoas que estão na mesma situação que eu. Esse é meu objetivo”, explicou Linda Evangelista. Ela ainda prometeu: “Não vou mais me esconder”.
Desabafo após cinco anos de silêncio
Em setembro de 2021, Linda Evangelista usou suas redes sociais para fazer um desabafo sincero e sentido. Em seu texto, a top model, que hoje tem 56 anos, revelou ter sido “brutalmente desfigurada” pelo procedimento estético. “Hoje dei um grande passo para corrigir um erro que sofri e guardei para mim mesma por mais de cinco anos. Para meus seguidores que se perguntam por que eu não tenho trabalhado enquanto as carreiras de minhas colegas têm prosperado, a razão é que eu fui brutalmente desfigurada pelo procedimento CoolSculpting da Zeltiq, que fez o oposto do que prometia”, começou ela.
Na ocasião, Evangelista já detalhou como tinha sido atingida pela hiperplasia adiposa paradoxal. “O procedimento aumentou, ao invés de diminuir, minhas células de gordura, e me deixou permanentemente deformada, mesmo depois de passar por duas cirurgias corretivas dolorosas e malsucedidas. Fiquei, como a mídia descreveu, ‘irreconhecível'”, afirmou a modelo. “A hiperplasia adiposa paradoxal ou HAP não apenas destruiu meu meio de vida, mas também me colocou num ciclo de profunda depressão, profunda tristeza e tamanha auto-aversão”, lamentou.
Por fim, a canadense abriu o coração e explicou como a experiência impactou negativamente em sua vida. “Me tornei reclusa. Estou avançando para me livrar da minha vergonha, e vindo a público com minha história, porque estou muito cansada de viver assim. Eu gostaria de sair pela minha porta com a cabeça erguida, apesar de não parecer mais comigo mesma”, encerrou ela. Veja o post abaixo:
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