Policial mata oito pessoas, incluindo filhos, esposa e mãe, no Paraná; áudio revela motivação dos crimes

Fabiano Júnior Garcia tirou a própria vida após assassinatos; polícia ficou sabendo das mortes quando duas pessoas ainda estavam vivas

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Um policial militar matou oito pessoas, incluindo seis da própria família, em Toledo e Céu Azul, cidades da região oeste do Paraná, durante a noite de quinta-feira (14). As informações foram confirmadas pela Polícia Civil e pela Polícia Militar (PM). Entre as vítimas estão três crianças e um adolescente.

Fabiano Júnior Garcia, de 37 anos, trabalhava no 19º Batalhão de Polícia Militar de Toledo e estava há 12 anos na corporação. A PM informou que entre os mortos estão dois filhos do agente, de 4 e 9 anos, uma enteada, de 12 anos, a esposa, de 28 anos, a mãe dele, um irmão e outras duas pessoas que estavam na rua. Segundo a corporação, o agente trabalhou normalmente na quinta-feira e deixou o plantão por volta das 19h.

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Policial tirou a vida dos filhos e da esposa. (Foto: Reprodução)

A suspeita da polícia é que, ainda em Toledo, o homem tenha matado a esposa e a enteada. Na sequência, foi até a casa da mãe dele, onde a matou com facadas. O irmão dele também foi morto, mas com disparos de arma de fogo. Em seguida, a PM acredita que ele tenha se dirigido para Céu Azul, onde matou os dois filhos que moravam com a avó materna. As vítimas foram baleadas.

Conforme a polícia, após matar os familiares, o homem retornou para Toledo e tirou a vida de dois jovens aleatórios que estavam passando pela região, de 17 e 19 anos. Por fim, o policial se matou. O comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Hudson Leôncio Teixeira, afirmou que Fabiano enviou diversas mensagens para os familiares no intervalo entre as mortes. Segundo Teixeira, a PM tentou prender o agente neste meio tempo, ao saber dos crimes. O Jornal do Oeste teve acesso a um áudio encaminhado pelo policial militar para sua família.

“Me desculpa, mas eu não ia conseguir viver sem a Kassiele, me desculpa. Ela já não estava mais se importando com o jeito que eu ia lidar com ela, se eu ia dar atenção pra ela ou não, e ela deixou a entender que não fazia questão de continuar comigo. Então se é assim, como eu dediquei toda a minha vida pra ela e eu dediquei de todo o coração mesmo, eu desisti de pensar em qualquer outra pessoa (…) qualquer coisa para poder dar atenção e valor pra ela“, começou.

“Entrei em um momento de depressão. E me distanciei dela e ela se acostumou com isso e daí agora ela diz que tanto faz. Então, se pra ela tanto faz e ela não vai mais falar comigo. Falou que, possivelmente, iria separar e que não queria ficar comigo do jeito que eu sou, que é tudo do meu jeito. Então, é assim, eu estava querendo fazer isso mesmo. Já não consigo conviver com a situação da minha mãe e alguém ia arcar com as despesas de tudo. Então para não deixar peso para ninguém, eu fiz isso”, completou.

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Fabiano Júnior Garcia matou sua família e duas pessoas desconhecidas. (Foto: Reprodução)

De acordo com Teixeira, a polícia conseguiu contato com o homem depois que ele já havia matado a esposa, a enteada, a mãe, o irmão, em Toledo, e os filhos, em Céu Azul. Os oficiais tentaram fazer com que ele parasse de realizar os crimes, mas, após o contato, Fabiano ainda matou os outros dois jovens desconhecidos.

“Nós não medimos esforços para tentar pará-lo. Os oficiais tentaram localizá-lo, foi mandado reforço para lá. Ele falou para um oficial que estava fugindo para Foz do Iguaçu, o que não era verdade. Foi tentado de todas as formas para dar voz de prisão a ele”, afirmou o coronel. O oficial alegou que o celular do homem foi rastreado na tentativa de encontrá-lo, mas a localização informada foi de uma região ampla, e não exata.

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Teixeira falou ainda que o policial estava em processo de separação e tinha algumas dívidas, conforme relato de colegas. “Não tinha nada que desabonasse a conduta do soldado Fabiano. Não tinha nada, era um excelente profissional. Causou estranheza, surpresa e decepção para todos nós essa situação. Está sendo aberto inquérito policial militar pra apurar o fato. Está sendo dado todo suporte psicológico pra família frente a essa situação”, afirmou.

A arma utilizada era da Polícia Militar do Paraná. O carro que era usado pelo agente foi apreendido e era particular. A Polícia Civil segue investigando a motivação das mortes.