Em crise de audiência há meses, a CNN Brasil tomou decisões drásticas nesta quinta-feira (1º). A emissora promoveu uma demissão em massa, a maior de seus quase três anos no ar. De acordo com o jornalista Ricardo Feltrin, do UOL, a empresa teria demitido um total de 125 funcionários. Nem mesmo, Monalisa Perrone, uma das maiores estrelas do canal de notícias, escapou do corte. Em 2019, a emissora tirou a jornalista da Globo após fazer uma “proposta irrecusável” de contrato.
De acordo com o Notícias da TV, as demissões afetaram diversos núcleos jornalísticos do canal. Âncoras como Boris Casoy, Sidney Rezende, Isabella Faria, Gloria Vanique, Kenzô Machida e Marcela Rahal foram desligados. Os comentaristas Fernando Molica e Alexandre Borges, e os repórteres Danúbia Braga e Bruna Ostermann também estão fora.
A crise, segundo o NaTelinha é tão aguda, que levou a CNN a fechar inteiramente sua sede no Rio de Janeiro, além de enxugar as equipes em Brasília e São Paulo. Na capital paulista, ao menos dez funcionários do canal de Rubens Menin foram desligados. O número oficial de demissões não foi divulgado.
A decisão de cortar gastos veio depois de uma reunião que aconteceu na manhã de hoje. Agora, a emissora deve centrar seus esforços em notícias factuais, ou “hard news”, no jargão jornalístico.
Em um comunicado interno, obtido por Feltrin, a CNN argumentou que as baixas faziam parte de uma “reestruturação de suas operações“. A empresa também citou uma readequação de custos, fruto do ajuste à atual situação econômica do Brasil. A companhia ainda pontuou que esse tipo de atitude exige “coragem, determinação e visão de futuro“, e agradeceu os profissionais que trabalharam lá. Leia o comunicado na íntegra:
“Prezados Colaboradores,
A CNN Brasil informa que realiza, nesta quinta-feira, dia 1º de dezembro, a reestruturação de suas operações, com dois objetivos principais: fortalecer o DNA do canal, focado em Hard News, e readequar custos, ajustando a empresa ao cenário econômico do país, criando as condições para atingir o equilíbrio financeiro (Breakeven) em 2023 e crescer.
Em linha com a estratégia de fortalecimento do jornalismo, a coordenação da cobertura será concentrada em São Paulo e Brasília, duas praças que ganham relevância dado o contexto político e econômico nacional. Em decorrência dessa nova lógica, a newsroom do Rio de Janeiro será desativada, sem prejuízo à cobertura. As mudanças incluem a readequação de programas, assim como da grade. O selo CNN Soft será remodelado para 2023.
Aos colegas que deixam a empresa, manifestamos o nosso profundo respeito e gratidão. A dedicação e o trabalho de cada um foram fundamentais para a construção e consolidação da CNN Brasil.
Decisões como essas exigem coragem, determinação e visão de futuro. As mudanças irão adequar a empresa ao novo cenário da indústria de mídia e abrirão espaço aos investimentos necessários para seguir entregando o jornalismo independente, relevante e de alta qualidade, marca registrada da CNN. Este é o nosso compromisso com todos os colaboradores, com o mercado e com os milhões de brasileiros que confiam na CNN Brasil para tomar as melhores decisões”.
Procurada pelo hugogloss.com, até o momento, a CNN Brasil não se pronunciou sobre o assunto.
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