Adolescente de 16 anos é o principal suspeito de assassinato de brasileira na Bolívia

Polícia investiga caso como feminicídio; família contesta versão

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Um adolescente de 16 anos foi apreendido na Bolívia, suspeito de matar a brasileira Jenife Socorro Almeida da Silva. Segundo as autoridades bolivianas, os dois mantinham uma relação e o caso é tratado como feminicídio. A família da vítima, porém, contesta essa versão.

A mulher, de 37 anos, natural de Santana, no Amapá, foi encontrada morta dentro de um apartamento na cidade de Santa Cruz de la Sierra, no dia 2. O corpo apresentava sinais evidentes de violência. “Foi realizada uma autópsia forense, e a causa da morte foi determinada como asfixia mecânica por sufocamento. Isso significa que uma segunda pessoa causou a morte da vítima“, disse o promotor Daniel Ortuño, responsável pelo caso, de acordo com o g1.

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O suspeito foi visto deixando a residência da vítima e relatou à polícia que conheceu Jenife em uma praça, onde trocaram números de telefone. Segundo o jornal boliviano Unitel, em uma troca de mensagens, o jovem afirmou à brasileira que tinha 20 anos, com a intenção de marcar um encontro com ela.

Com base em informações do relatório preliminar da polícia boliviana, o adolescente se apresentou na delegacia e alegou ter uma relação próxima com a vítima. Em depoimento, negou ter cometido o crime e afirmou que, durante uma relação sexual com Jenife, ela sofreu um mal súbito, e ele deixou o apartamento em seguida.

A família, no entanto, afirma que Jenife havia conhecido o suspeito recentemente e que não havia proximidade entre os dois. O jovem foi encaminhado ao Centro Nueva Vida Santa Cruz, unidade que recebe jovens infratores na cidade.

Vítima deixou dois filhos. (Foto: Reprodução/g1)

Segundo informações do cunhado da vítima ao portal da Globo, o adolescente pertence a uma família influente no local onde o crime ocorreu.

Uma amiga contou que Jenife já havia concluído o curso de Medicina e morava no Amapá, mas precisou retornar à Bolívia para buscar o diploma e participar da cerimônia de colação de grau. Ela vivia sozinha na cidade.

Francimone Almeida, outra amiga da vítima, lamentou a morte em entrevista ao g1 e fez um apelo por justiça: “Nós merecemos uma resposta da Bolívia. Nós queremos localizar as filmagens de onde ela morava, pois lá tinha câmera. Cadê o que foi encontrado no celular dela? Queremos essas respostas. Queremos mostrar para a sociedade que a Jenife foi em busca do sonho dela […] Ela tinha concluído o curso de medicina e ia retornar para a família dela e ela foi impedida de retornar”.

Jenife deixou dois filhos, um menino e uma menina.

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