Amanda Partata Mortoza, suspeita de envenenar o ex-sogro e a mãe dele em Goiânia, marcou um encontro um dia após o crime. Segundo o delegado Carlos Alfama, a advogada já estaria “começando um outro relacionamento amoroso”. O rapaz com quem Amanda se encontraria em 18 de dezembro de 2023, é médico, assim como Leonardo Pereira Alves Filho – que perdeu o pai e a avó no dia 17 de dezembro. Amanda se tornou ré pelos crimes de duplo homicídio e dupla tentativa de homicídio.
O delegado relatou que a advogada estaria fingindo uma gravidez para se manter próxima do ex-namorado. De acordo com as autoridades, outros cinco homens relataram um comportamento semelhante de Amanda. “Eles chegaram a fazer um chá-revelação para o bebê, receberam a Amanda de braços abertos. Os outros não eram tão bondosos a ponto de aceitar aquilo como verdade. Os ex-namorados não deram abertura, exigiam um teste de DNA. Então, ela evoluiu a situação com a família que mais a acolheu”, disse Carlos Alfama em entrevista ao podcast “Na Cena do Crime”, nesta quarta-feira (24).
O delegado acredita, ainda, que Amanda poderia cometer mais crimes caso não fosse presa. Segundo ele, a advogada planejou que as mortes parecessem “naturais”. “As vítimas morreram acreditando que tinham comido alguma coisa estragada. Ela orquestrou um caso para passar por morte natural. Eu acredito que estamos diante de uma pessoa que se não estivesse sido presa nessa situação, ela teria feito isso novamente com outras famílias, vitimando várias pessoas de bem”, afirmou Alfama.
“Já trabalhei em dezenas de casos. Os piores homicidas, quando são confrontados com provas, eles confessam. Ela se manteve calada e fria nos interrogatórios. É a pessoa mais cruel que eu já vi na minha vida, mesmo trabalhando com homicídios todos os dias”, acrescentou. Partata é acusada de matar Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Alves, de 86, além de oferecer alimentos contaminados para outros familiares do ex.
O romance entre a advogada e o filho de Leonardo acabou no dia 27 de julho e, desde então, ela estaria ameaçando o ex e seus parentes. A separação oficial ocorreu em 10 de agosto, quando Amanda passou a ameaçar o antigo parceiro por meio de mensagens SMS e perfis falsos em uma rede social. A investigação comprovou que os perfis pertenciam à advogada, conectando-a ao e-mail utilizado para a criação das contas. O filho de Leonardo chegou a registrar um boletim de ocorrência sobre as ameaças.
“Ela ameaçava o ex-namorado e os familiares dele desde quando ele terminou, por meio de perfis falsos nas redes sociais. No meio disso, ela criou uma situação de falsa gravidez. Por dias, ela pesquisou qual veneno seria mais difícil de ser detectado pela perícia, que não deixaria gosto ou cheiro. Ela estudou o crime por semanas e comprou o veneno pela internet. Ela executa os dois homicídios e ainda tentou matar duas pessoas que estavam na casa. Ela queria matar aquelas quatro pessoas, no mínimo”, ressaltou o delegado. “Ela demonstrava convicção de que não responderia pelos homicídios, foi um crime planejado”, concluiu.
Assista ao episódio completo:
A advogada Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, se tornou ré pelos crimes de duplo homicídio e dupla tentativa de homicídio. A denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás foi aceita pela Justiça e também converteu a prisão temporária em preventiva. Ela está detida desde 20 de dezembro.
A advogada foi acusada pelo crime de duplo homicídio consumado triplamente qualificado pelo motivo torpe, emprego de veneno e dissimulação. Ela também foi denunciada por tentativa de homicídio contra o tio e o avô do ex-namorado. As mortes só não se concretizaram porque ambos recusaram o alimento. Clique aqui para saber os detalhes.