Amigos descobrem que são irmãos separados há mais de 30 anos no RN após revelação de pulseirinha

Irmãos

História de filme! Em Natal (RN), dois amigos descobriram, no último mês de novembro, que são irmãos de sangue, separados por mais de 30 anos. A revelação de Marcela Barbosa e Marco Medeiros se deu sem querer, graças à pulseirinha da maternidade que o homem, adotado, reencontrou recentemente.

Os dois se conheceram pelo menos sete anos atrás, em uma casa de praia. Depois disso, passaram a frequentar o mesmo círculo social. No mês passado, Marco, de 33 anos, decidiu participar de uma promoção de uma empresa de chocolate e teve que levantar alguns dados sobre sua história. “Eu nem gosto muito de chocolate, mas alguma coisa me disse para ir lá“, contou ele ao G1.

Para fazer meu cadastro, eu precisava da minha hora de nascimento, que eu não sabia. Foi quando eu fui perguntar para a minha mãe. Ela me trouxe a pulseirinha do hospital, que marcava 18h50“, continuou ele. O homem sempre soube que era adotado e pediu para a mãe, Ana Garcia, a pulseirinha que ele usou na maternidade. Lá, havia a hora de nascimento dele, além do nome de sua mãe biológica: Licélia Carvalho.

Pulseira
Pulseirinha ajudou a desvendar mistério. (Foto: Reprodução)

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Dessa vez, eu tive a ideia de tirar uma foto da pulseira e, na mesma hora, fui pro computador, joguei o nome na internet, e numa rede social encontrei o único perfil que tinha esse nome. Não tinha informação, mas eu olhei em amigos em comum e foi aí que eu vi o perfil de Marcela“, relembrou.

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Depois de mais de 30 anos, a família se reuniu. (Foto: Reprodução)

Desconfiado, Marco perguntou para a amiga: “Você conhece alguma Licélia Barbosa Carvalho?“. “É minha mãe, por quê?“, respondeu Marcela. Ele, então, questionou se a mãe da moça teria tido outro filho além dela. “Ela teve mais um e deu para uma família que não podia ter filhos“, disse ela, confirmando o parentesco. “Eu estou aqui me tremendo todinha“, disparou a irmã ao descobrir a coincidência.

Segundo Lucélia, ela não tinha condições de criar o filho, mas sempre sonhou em reencontrá-lo. Na época, a senhora havia sido abandonada pelo marido durante a gravidez e não tinha apoio dos familiares. “Minha mãe não me aceitava, porque dizia que eu já tinha uma filha pequena e não queria mais outro filho. Aí eu tive que doar ele, porque eu não tinha condições. Eu era doméstica. Morava com minha prima e ela não tinha condições de criá-lo também“, relatou.

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Eu pedi a Deus todo dia: não me leve antes de eu ver meus filhos unidos. Para um ajudar o outro, dar um força. No aniversário, eu me desmanchava aqui lembrando dele. Era uma data muito maravilhosa em um ponto, em outro era uma data de tristeza“, lamentou ela.

Já Ana Garcia, mãe adotiva de Marco, contou que tinha perdido dois filhos e passou a considerar adoção na época. Um belo dia, ficou sabendo que um recém-nascido havia sido deixado em sua casa. “Tinha uma menina, que trabalhava em uma cigarreira (banca), que estava aqui na porta. Ela mandou dizer que tinha chegado um menino aqui em casa. A menina que trabalhava aqui comigo disse que tinha chegado um menino muito chorão e que ela não o queria aqui. Aí eu disse: então você vá embora, que o menino vai ficar comigo“, falou.

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Amigos de anos, Marcela e Marco se descobriram irmãos. (Foto: Reprodução/ Inter TV Cabugi)

A mulher e sua família sempre incentivaram Marco a procurar sua mãe biológica, mas ele não tinha interesse. “Era medo de certa forma magoar meus pais. Eles não gostarem de eu ir atrás da outra família, poderiam achar que eu iria deixá-los de lado. Eu sempre ia empurrando com a barriga“, pontuou.

A amiga e, agora, irmã de Marco, disse que os dois já tinham uma relação de irmandade antes mesmo de descobrir qualquer coisa. “Eu sempre peguei no pé dele. Ele dava um trabalhinho. E olhe que eu nem sabia. Imagine se eu soubesse que era o meu irmão, já tinha puxado a orelha faz tempo“, brincou ela.