Ana Carolina Oliveira contou como seus filhos mais novos lidam com a morte de Isabella Nardoni, que ocorreu em 2008. Na conversa com Mariana Kupfer, no programa “Amar”, da Universa, a mãe revelou que os caçulas veem a irmã como uma estrela. Ela ressaltou que tenta passar o que aconteceu para eles de uma forma leve, para que todos possam viver suas vidas e terem sua própria identidade.
Anos após a tragédia, Ana se envolveu com uma nova pessoa, com quem teve Miguel, de 8 anos, e Maria Fernanda, de 4. Segundo ela, os dois sabem que têm uma irmã, mas ainda não abriu em detalhes a história. “Eles sabem que têm uma irmã. O Miguel sabe um pouco mais da história porque eu tive que contar pra ele, mas tentei contar de uma forma que isso fosse leve. É óbvio que ele vai saber, a internet tá aí, mas espero ser eu a contar pra ele e que seja de uma forma menos dolorida para que não gere um trauma na vida dele”, pontuou ela.
Memória viva
Ana disse que mantém viva a memória de Isabella falando dela com os outros filhos, e que tem um lugar especial na casa da mãe. “Saber que a minha filha teria 22 anos, que a gente viveria essa conexão [de mãe e filha], viver momentos incríveis. Ter os meus filhos pra mim é uma bênção, e ela jamais será esquecida. É ela que eu levo pra vida, o que eu acho que é o mais importante”, afirmou.
A bancária, então, recordou uma história de Miguel nesse “cantinho especial”. “No quarto que eu morava na casa da minha mãe, tem uma parede com mais de 130 fotos minha e dela [de Isabella], em vários cenários. Esses dias eu fui na casa dela, de repente fui procurar o Miguel. Ele estava lá, sentado, olhando. Ele fica olhando”, narrou a vereadora.
“Quando ele era bem pequenininho, ele falava: ‘Esse aqui sou eu’. Eu falei: ‘Não é, filho, essa aqui é a sua irmã’. Eles são bem parecidos”, constatou Ana. Ela ainda revelou uma maneira que a família tem para se conectar com Isabella no dia a dia.
“Vira e mexe, principalmente à noite, quando eles veem uma estrela, é ela. Se a gente está indo viajar e tem uma estrela, a Isabella está indo com a gente. Eles têm essas lembranças, essas memórias”, completou.
No papo, Ana Carolina explicou que trabalha para não deixar que a história de Isabella influencie na vida de Miguel e Maria Fernanda. “Achei importante que eles tivessem a oportunidade de serem eles e não os irmãos da Isabella, e é assim que eles vivem. Tento levar essa maternidade leve, deixar eles viverem e serem crianças, felizes. É isso o que eu busco pra eles”, pontuou ela.
Falta de conexão e nova vida
Para Mariana, a vereadora confessou ter enfrentado uma crise de identidade após a morte da filha e com a repercussão do caso no Brasil. “Eu tinha muito essa questão de quem era a Carol e de quem ela se tornou. Porque eu passei a ser somente a mãe da Isabella Nardoni e essa falta de conexão comigo me sufocava. Passou a me sufocar, porque não foi algo que aconteceu comigo”, desabafou.
Logo, ela decidiu passar um tempo nos Estados Unidos, onde ninguém a reconheceria. “Fui morar lá, mas para realmente buscar essa pessoa, sair desse reconhecimento, de ser o tempo todo apontada”, esclareceu. Neste ínterim, Ana conheceu Vinicius, com quem está casada desde 2014.
“Um mês antes de viajar eu conheci o Vinicius. Fui, fiquei esses seis meses na viagem falando com ele todos os dias. No final da minha viagem, ele me buscou. [Depois] nós ficamos 20 dias viajando, voltando juntos, estamos juntos até hoje. Namoramos, noivados, casamos, tivemos os nossos filhos, que foram extremamente planejados e desejados. Vivi esse período da minha vida, no meu anonimato”, declarou.
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