Áudio atribuído ao deputado Mamãe Falei faz afirmações chocantes sobre mulheres ucranianas: “São fáceis porque são pobres”; ouça

Arthur do Val é pré-candidato ao governo de São Paulo e viajou para a Ucrânia em meio a conflito com a Rússia

Mamãe Falei

Nesta sexta-feira (4), o portal Metrópoles teve acesso a áudios que foram atribuídos ao deputado Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Podemos e membro do MBL (Movimento Brasil Livre). O político, que está na Ucrânia, teria enviado as mensagens para um grupo de amigos no WhatsApp. Na gravação, ele opina sobre as mulheres ucranianas e se refere a elas como “fáceis porque são pobres”.

“Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’, e é inacreditável a facilidade”, teria dito Arthur, que tem apoio do ex-juiz Sergio Moro nas próximas eleições.

O áudio continua, e o homem afirma que pretende voltar ao país após a guerra contra a Rússia: “Mano, eu tô mal. Eu passei agora por quatro barreiras alfandegárias. Duas casinhas em cada país. Mano, eu juro pra você, eu contei: são 12 policiais deusas. Mas deusas que você casa e faz tudo que ela quiser. Assim, eu tô mal. Eu não tenho nem palavras para expressar. Quatro dessas eram ‘minas’ que você, mano, nem sei te dizer, se ela cagar você limpa o c* dela com a língua. Assim que essa guerra passar vou voltar para cá”.

Ainda, ele detalha como seria o processo mais “fácil” para encontrar as mulheres bonitas no local. “Você nunca pode ir para as cidades que tem as melhores baladas, você tem que ir para as cidades normais. Porque você não pega as ‘minas’ na balada, nem na praia, você pega elas no mercado, na padaria. Essas cidades mais pobres são as melhores, é outro mundo. Eu tenho 35 anos e nunca vivi isso. Eu não peguei ninguém aqui, mas só a sensação de saber que eu poderia fazer e sentir… Enfim, já sabem, já estou comprando minha passagem pro leste europeu assim que chegar em São Paulo”, afirmou.

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Também houve uma comparação entre as ucranianas e as brasileiras. Só vou falar uma coisa para vocês: acabei de cruzar a fronteia a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Maluco, eu juro, eu nunca na minha vida vi nada parecido em termos de ‘mina’ bonita”, afirmou.

“A fila das refugiadas… Imagina uma fila sei lá, eu  sem palavras. Sei lá de 200 metros ou mais e só deusa. É sem noção, cara, é inacreditável, é fora de série. Se você pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui. Eu  triste porque é inacreditável”, continuou. Ouça:

 

Segundo o jornal Folha de São Paulo, a cúpula do MBL (Movimento Brasil Livre) está analisando os áudios. No entanto, os integrantes da organização afirmam não terem recebido nenhuma das mensagens vazadas em seus grupos de WhatsApp. De acordo com o MBL, Arthur do Val está voando de volta para o Brasil e por isso ainda não se manifestou sobre as acusações.

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No dia 2 de março, o ex-juiz Sérgio Moro comemorou a ida de Mamãe Falei para a Ucrânia. Segundo ele, o colega pretendia ajudar os refugiados que estão fugindo do ataque russo no país. O Dep. Arthur do Val e Renan Santos, do MBL, decidiram reportar in loco o conflito na fronteira da Ucrânia. Também angariaram ajuda financeira para amparar refugiados. É sempre louvável quando saímos do discurso e partimos para a prática”, escreveu Moro.

Nesta sexta, o candidato a presidência repudiou as falas atribuídas ao seu aliado. “É inaceitável em qualquer contexto”, disse em um trecho. Leia o posicionamento na íntegra:

“Lamento profundamente e repudio veementemente as graves declarações do deputado Arthur do Val divulgadas pela imprensa. O tratamento dispensado às mulheres ucranianas refugiadas e às policiais do país é inaceitável em qualquer contexto. As declarações são incompatíveis com qualquer homem público.

Tenho uma vida pautada pela correção e pelo respeito a todos –tanto no campo público quanto na vida privada. Portanto, jamais comungarei com visões preconceituosas, que podem inclusive ser configuradas como crime.

Meu respeito incondicional às mulheres em geral e às ucranianas, em especial, porque além de todos os problemas diários enfrentados, precisam conviver com os horrores da guerra.

​Jamais dividirei meu palanque e apoiarei pessoas quem têm esse tipo de opinião e comportamento. Espero que meu partido se manifeste brevemente diante da gravidade que a situação exige”.