Um avião de pequeno porte desapareceu na tarde da última quarta-feira (6), no sul da Argentina, com três brasileiros a bordo, e as buscas já completaram três dias. Em entrevista ao G1, o presidente do Aeroclube de El Calafate, Freddy Vignole, afirmou que os ocupantes do avião receberam ordens para mudar a rota, devido ao clima desfavorável do trajeto inicial.
A aeronave que sumiu pertence a Antônio Carlos Castro Ramos, um empresário de construção civil de Florianópolis. Segundo os familiares, ele estava acompanhado do advogado Mário Pinho e do médico Gian Carlos Nercolini. Segundo Freddy, os brasileiros mantiveram o percurso, mesmo com as orientações contrárias.
“Eles chegaram ao nosso hangar [em El Calafate], onde estavam guardados os aviões, com um plano de voo feito, com a ideia de ir até Trelew. Tinham colocado como alternativa a localidade de Puerto Deseado, aqui na província de Santa Cruz”, disse o presidente.
No ar, junto com o avião dos brasileiros, estava um avião argentino, que chegou ao destino final. Antes da decolagem, de acordo com as informações de Freddy Vignole, os dois grupos conversaram sobre as condições climáticas controversas da região. “Eles [os brasileiros], juntamente com o avião argentino que os acompanhava, estavam tomando essa decisão devido ao mau tempo a caminho de Trelew”, contou.
“Eu apenas lhes disse que mudar me parecia o certo, já que Puesto Deseado tinha uma posição meteorologicamente melhor. Às três da tarde, soubemos que, por algum motivo, haviam decidido cumprir o plano de voo programado e ir até Trelew”, acrescentou.
No final de semana, os brasileiros teriam participado de um show aéreo em Comodoro Rivadavia, cidade na província argentina de Chubut. A aeronave decolou do aeroporto de El Calafate, na Patagônia, com destino a Trelew. Contudo, o avião parou de se comunicar com a base aérea do país no meio do percurso.
A região do desaparecimento foi tomada por fortes tempestades ao longo dia, de acordo com o Clarín. O jornal argentino apontou que as chuvas rapidamente ultrapassaram os 40 milímetros. A Agência Nacional de Aviação Civil Brasileira (Anac), por sua vez, informou que a aeronave não estava autorizada a fazer o chamado voo por instrumentos, que ajuda no mau tempo. Ela apenas poderia fazer o voo visual, que é quando o piloto tem a completa visualização do que está do lado de fora.
A Empresa Argentina de Navegação Aérea (EANA) revelou que o avião desaparecido tem a matrícula PP-ZRT, número que, segundo a Anac, corresponde ao modelo RV-10 que pertence ao empresário catarinense. A família de Toninho, como é conhecido o dono da aeronave, deixou Florianópolis para acompanhar o processo na Argentina.
A EANA, que controla o tráfego aéreo argentino, também informou ao G1 que retomou as buscas pelos brasileiros na manhã de hoje, 8 de abril, já que o clima está melhor e facilita os trabalhos terrestres e aéreos.