Uma babá de 20 anos foi encontrada morta em Manaus, no Amazonas, na semana passada. Nesta quarta-feira (28), a patroa de Geovana Costa Martins foi presa como principal suspeita de envolvimento no assassinato. A polícia acredita que Camila Barroso ameaçava, explorava sexualmente e mantinha a jovem em cárcere privado.
Geovana foi dada como desaparecida no dia 19 de agosto, e seu corpo foi achado com sinais de tortura no dia seguinte, no bairro Tarumã, Zona Oeste da capital. O laudo do Instituto Médico Legal aponta que a causa da morte foi traumatismo craniano, possivelmente resultado de agressões.
De acordo com a delegada Marília Campello, a babá trabalhava na casa de Camila, no bairro Petrópolis, Zona Sul de Manaus, há cerca de um ano. A investigação afirma que a vítima foi obrigada a permanecer na residência da patroa mesmo contra sua vontade: “Ela foi aliciada por uma vida de balada e bebida, mas depois Camila passou a obrigá-la a ficar lá. Não deixava mais a moça sair, embora ela quisesse, e era explorada sexualmente. Nós não temos dúvida alguma de que ela tenha participado do crime”.
“Essa vítima era praticamente forçada a fazer programas sexuais. Pelo que apuramos, a casa funcionava como uma casa de massagem. Além de Geovana, outras meninas também passavam por lá, mas a vítima morava no local e não podia se relacionar com pessoas de fora”, explicou a agente.
“Ela [Camila] dizia que chamaria o pessoal do tráfico para quebrar a perna de Geovana, ameaçando fazer com que ‘acontecesse'”, destacou a policial. Campello completou que Camila aterrorizava a vítima alegando que havia sido esposa de Mano Kaio, um notório traficante de drogas no Amazonas.
Os agentes afirmam terem encontrado uma foto em que Geovana aparece com marcas de tortura pelo corpo. Segundo a mãe da vítima, a jovem nunca mencionou nenhum desentendimento com Camila. “Até o momento, não sabemos de nada. Ela nunca havia me contado nada. É um sofrimento, saber que ela estava trabalhando com alguém e depois descobrir que minha filha está morta”, lamentou Márcia Costa.
Além da patroa, Eduardo Gomes da Silva está sendo procurado como suposto cúmplice de Camila. Para Campello, ele é dono do veículo que deixou o corpo de Geovana em Tarumã. “O carro pertencia a Eduardo e já havia sido vendido para outra pessoa. Porém, o suspeito emprestou o veículo e o devolveu após o desaparecimento de Geovana. O carro foi entregue higienizado ao novo proprietário, que já prestou depoimento e o automóvel será submetido a perícia”, explicou.
A polícia revelou que Camila tinha uma passagem para a França, onde sua família reside. Acredita-se que Geovana seria utilizada como “mula” para transportar drogas para o continente europeu. “Ainda não podemos afirmar a motivação exata, pois a suspeita nega ter cometido o crime, mas temos indícios suficientes, e por isso ela está presa”, concluiu a delegada.