Na manhã dessa quinta-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro chamou o jornalista William Bonner de “canalha” e “sem vergonha”, durante conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. O ataque veio um dia após o âncora repercutir, no “Jornal Nacional”, uma fala do político criticando a imprensa.
Ainda nesta semana (5), Bonner também rebateu outra declaração de Bolsonaro, que apontou que o país “está quebrado” e culpou a mídia por provocar pânico e potencializar a pandemia. O contratado da Rede Globo destacou que os casos de Covid-19 têm aumentado desde dezembro e que o vírus já vitimou fatalmente mais de 197 mil brasileiros.
“Pessoal da imprensa, sem vergonha, William Bonner, sem vergonha, vai ter seringa para todo mundo. William Bonner, por que seu salário foi reduzido? Porque acabou a teta do governo! Vocês têm que criticar mesmo. Quase R$ 3 bilhões por ano para a imprensa e grande parte para vocês, acabou a grana”, disse, repetindo a alegação, sem provas, de que seu governo cortou o valor que seria gasto por gestões anteriores, em anúncios publicitários na grande imprensa.
Na sequência, Bolsonaro falou que não concorda com a repercussão, numa maneira geral, de sua decisão ao adiar a compra de seringas para aplicar imunizantes do coronavírus, alegando que os preços eram abusivos. “Vocês falam que não comprei seringa agora. Por que? Porque quando fui comprar, o preço dobrou. Se eu compro, vão falar que eu comprei superfaturado. Não dou essa chance para vocês. Brasil é um dos países que mais produz seringas. Não vai faltar seringa”, declarou.
Por fim, o chefe de Estado voltou a atacar Bonner. “Agora estão dizendo que vai faltar seringa para outras doenças. São canalhas. Bonner, você é o maior canalha que existe, William Bonner. São canalhas. O tempo todo mentindo”, acusou. Assista ao trecho abaixo:
Ataques a Felipe Neto e Luiz Henrique Mandetta
Em seu discurso, Bolsonaro também alfinetou Luiz Henrique Mandetta, criticando a recomendação feita pelo ex-ministro da Saúde no início da pandemia, de que pessoas com sintomas leves não procurassem os hospitais. A medida foi instaurada na época para evitar lotação nos centros hospitalares. O mandatário fez ainda referências a dois medicamentos sem eficácia comprovada para o combate à Covid-19: a hidroxicloroquina e a ivermectina.
“Aqui, o pessoal fala que não pode, não pode, não pode. Mas vai oferecer o quê? Vão dar uma de Mandetta? Quando tiver falta de ar vai para o hospital? Ô Mandetta, fazer o quê no hospital se não tem remédio?”, disparou. Na sequência, o presidente se referiu a fotos que mostram Mandetta se despedindo dos funcionários do Ministério da Saúde, em abril deste ano: “Quando ele saiu também foi abraçar pessoa sem máscara”.
O youtuber Felipe Neto, que foi alvo de críticas por furar o isolamento e participar de um jogo de futebol com amigos, no final do ano passado, também foi lembrado pelo político. “É igual a gente está vendo, com artistas globais correndo na praia, jogando futebol… O Felipe Neto, né? Jogado futebol. Daí, ele bota no tuíte dele: ‘Quando eu saía do gol e ia para frente, eu botava máscara”, debochou o presidente. Veja: