Hugo Gloss

Brigadeirão envenenado: Testemunha revela à polícia saber o que motivou o assassinato do empresário e diz sofrer ameaças

Investigadores da 25ª DP (Engenho Novo) ouviram, nesta quinta-feira (6), três testemunhas sobre a morte do empresário Luiz Marcelo Ormond, de 44 anos, que foi assassinado com um brigadeirão envenenado.

Uma das testemunhas afirmou saber a motivação da morte do empresário; no entanto, alegou estar sofrendo ameaças de familiares de Suyany Breschak, mulher que se apresenta como cigana e está presa apontada como mandante do crime. A advogada da testemunha também foi ouvida pelos policiais e informou que, assim como seu cliente, também está sendo ameaçada, segundo informou o RJTV, da Globo. 

A terceira pessoa a prestar depoimento foi Victor Ernesto de Souza Chaffi, ex-namorado de Suyany, que chegou a ser preso por receptação, por estar de posse do carro de Luiz Marcelo. De acordo com a polícia, o carro foi entregue por Júlia Andrade. No entanto, ele segue em liberdade após pagar uma fiança de R$ 5mil.

Além dessas três testemunhas, durante esta semana, a mãe e o padrasto de Júlia prestaram depoimento. O casal se apresentou na delegacia algumas horas antes da psicóloga se entregar, acompanhada de sua advogada Hortência Menezes. Mesmo com a prisão de Júlia e Suyany, a investigação continua, pois os agentes ainda desejam esclarecer algumas questões do caso.

O caso

Em 20 de maio, os vizinhos sentiram um cheiro forte vindo do apartamento de Júlia Pimenta e Luiz Marcelo, no Engenho Novo, e chamaram os bombeiros. O empresário foi encontrado, sem vida, no sofá de casa. Seu corpo já estava em estado avançado de decomposição. A perícia revelou que ele teria falecido entre três a seis dias antes da descoberta.

A teoria é que a vítima ingeriu um brigadeirão envenenado feito pela companheira. Entretanto, até o momento, um laudo conclusivo sobre a causa da morte não foi divulgado. A suspeita de envenenamento ganhou força depois que imagens do dia 17 de maio vieram à tona. No registro, o empresário aparece carregando o doce, cerca de três dias antes de seu corpo ser encontrado.

Luiz Marcelo apareceu carregando brigadeirão que supostamente tirou sua vida. (Foto: Reprodução/TV Globo)

O remédio Dimorf, à base de morfina, teria sido comprado pela suspeita com receita médica no dia 6 de maio. Em depoimento nesta segunda-feira (3), um funcionário da farmácia afirmou que viu Júlia sair de um carro alto, prata, pelo banco do carona, antes da compra. Os representantes da farmácia apresentaram um documento interno que comprova o pagamento de R$ 158 pelo medicamento. Segundo o portal g1, eles prometeram levar a receita à delegacia em “uma próxima oportunidade”.

As suspeitas sobre o envolvimento de Pimenta surgiram durante o interrogatório. Até então, a polícia não considerava a possibilidade de homicídio, mas de morte suspeita. No entanto, a postura da mulher ao falar sobre o falecimento de seu ex-parceiro foi descrita como “extremamente fria”, o que alarmou as autoridades.

Júlia teria permanecido no apartamento da vítima por dias. “Ela teria permanecido no apartamento da vítima com o cadáver por três ou quatro dias. Lá, teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, descido para a academia, se exercitado”, disse o delegado. Para a polícia, o crime foi premeditado e teria interesse em questões financeiras. Clique aqui para saber os detalhes.

Horas após Júlia ser presa, a polícia trouxe uma reviravolta no caso. Segundo o delegado Marcos Buss, que comanda a investigação, a “cigana” Suyany Breschak teria sido a mandante do assassinato. Breschak está presa desde o dia 29 de maio, quando foi interrogada pela polícia. A mulher já era suspeita de envolvimento no crime, pois recebeu o carro da vítima como pagamento de parte de uma dívida de R$400 mil de Júlia.

Carla Cathermol, mãe de Júlia, disse à polícia que filha “fez uma besteira” a mando da cigana (Foto: Reprodução/TV Globo)

Porém, segundo o delegado da 25ª DP (Engenho Novo), as investigações reforçaram a teoria de que Breschak teria encomendado o crime contra Luiz Marcelo. “Podemos falar com bastante segurança que há elementos nos autos, muitos elementos indicativos, de que a Suyany seria a mandante e arquiteta desse plano criminoso. A Júlia tinha uma grande admiração, uma verdadeira veneração pela Suyany”, explicou.

O delegado destacou que Suyany teria influenciado a suspeita. “O que está sendo confirmado por todos os elementos reunidos até o momento, embora não saibamos explicar bem o porquê, é que Júlia realmente faria pagamentos mensais para Suyany”, detalhou.

Sair da versão mobile