Nesta sexta-feira (26), o modelo Bruno Krupp virou réu por homicídio com dolo eventual — quando assume o risco de matar —, por atropelar e matar João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, aceitou a denúncia do Ministério Público e negou o pedido de habeas corpus que a defesa do influenciador fez, alegando que o estado de saúde dele tinha piorado.
“Recebo a denúncia e, quanto ao pedido de relaxamento da prisão, ante o oferecimento da denúncia, fica prejudicado. Destaco ainda que, conforme informado pela Seap, quanto ao estado de saúde, o acusado está ‘melhor que no início da internação’. Assim, nada indica risco de vida que justifique a revogação da prisão. Por todos esses motivos, indefiro os pleitos libertários e mantenho a prisão preventiva”, afirmou o magistrado.
De acordo com o g1, o juiz ainda falou que o MPRJ sugeriu a alteração da prisão preventiva em medidas cautelares alternativas. O promotor Marcos Kac, da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da Zona Sul e da Barra da Tijuca, confirmou a decisão. “Entendemos que o caso pode levar de 2 a 3 anos para ser julgado e que ele poderia ser solto no curso do processo. Assim, preferimos sugerir medidas cautelares”, disse o promotor.
Entre as medidas mencionadas estão a proibição de dirigir por 12 meses e a presença todo mês em juízo para comunicar as atividades. Além disso, o modelo não pode sair da região em que mora sem autorização judicial e deve fazer recolhimento domiciliar à noite, nos dias de folga e nos fins de semana.
A defesa do influenciador entrou com um pedido de relaxamento da prisão no início da semana. A justificativa foi a de que o estado de saúde de Bruno estava pior e a denúncia do Ministério Público ainda não tinha sido feita. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), inclusive, divulgou um comunicado confirmando que o modelo segue se recuperando bem.
“Bruno Krupp continua internado, e no dia 18 de agosto seu quadro de saúde era: ‘Paciente se encontra aguardando autorização da regulação para exame de ressonância magnética do joelho, para avaliar se houve lesão ligamentar, que sendo positivo terá que realizar cirurgia. Devido a uma lesão corto-contusa, lacerativa infectada está fazendo uso de antibiótico. No mais, o estado geral dele é bom'”, disse o órgão.
Os advogados de Bruno afirmaram que a vítima atravessou a rua enquanto o sinal estava verde para os automóveis, e que não estava faixa de pedestres. Além disso, eles também falaram no pedido de relaxamento que no horário do acidente há muito roubos na avenida “sobretudo a motociclistas, o que faz com que os motoristas habitualmente ultrapassem a velocidade permitida na via para garantir a própria segurança”.
A defesa também negou a acusação de dolo eventual, mesmo sem Krupp não ter carteira de habilitação e imagens comprovarem que ele estava em alta velocidade no momento do acidente. Para os advogados, esse é um caso de culpa consciente, ou seja, Bruno sabia do risco, mas não acreditava que o crime poderia acontecer.
Relembre o caso
Bruno foi preso no dia 3 de agosto, quando estava internado em um hospital no Méier, no Rio de Janeiro. O rapaz atropelou e matou o adolescente João Gabriel Cardim. O jovem de 16 anos atravessava a rua com a mãe, Mariana Cardim, quando o acidente aconteceu. Nesta dia anterior a prisão do modelo, imagens registradas por câmeras de segurança na orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, vieram à tona. Os vídeos mostraram que ele estava dirigindo a sua moto em alta velocidade.
No registro publicado pelo g1 é possível ver que, assim que o ex-namorado de Sarah Pôncio, passa pelo local, as pessoas que estavam no quiosque da praia ficam assustadas com o excesso de velocidade do veículo. O momento em que a mãe e o filho atravessam a avenida também apareceu no fundo do registro, assim como a reação de quem presenciou a cena. Assista ao vídeo abaixo:
https://twitter.com/MidiasSo/status/1554592814750748678?s=20&t=mIbz6xTDDc8mDJthWIQdxw
O jovem perdeu a perna na hora em que foi atingido pela moto, chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu. João Gabriel era filho e neto único.