No dia 15 de setembro, o cachorro Sombra, da raça cane corso, desapareceu após ser hospedado por seus tutores em um hotel para pets, no Jardim Santa Gertrudes, em Jundiaí, no interior de São Paulo. Segundo relato dos donos, o cão continua desaparecido desde então e o estabelecimento não teria informado as circunstâncias do incidente.
Em entrevista ao UOL, divulgada hoje (22), Luiz Otávio Sasso de Andrade, dono do cachorro de 1 ano e meio, revelou que Sombra foi deixado no Hotel FeliciDog Pet no dia 14 de setembro, um dia antes de seu sumiço.
O estebelecimento foi procurado para hospedar o cão, pois, devido ao porte grande, ele não poderia acompanhar a família em uma viagem ao exterior. Sombra deveria ficar sob os cuidados do FeliciDog por 15 dias. Porém, apenas 14 horas após ser entregue à equipe, Luiz foi informado que seu pet havia sumido.
“Às 6h mandamos mensagem para o pet hotel perguntado se estava tudo bem com o Sombra e pedindo fotos dele. Duas horas depois recebemos a resposta dizendo que ele tinha fugido. Nessa hora já havíamos embarcado no avião e não tinha mais como voltar”, detalhou o tutor.
Na sequência, os donos do animal acionaram a Polícia Civil e registraram um boletim de ocorrrência, detalhando que o caminho até a baia onde Sombra foi alojado ficava atrás de três portões, que normalmente ficam fechados. A família detalhou no documento que o hotel também conta com muros altos e câmeras de segurança. O caso está sendo investigado pelo 6º DP de Jundiaí.
Desde então, os donos tentaram conseguir respostas com o estabelecimento, que além de não explicar como se deu o desaparecimento do animal, também se recusou a fornecer detalhes sobre a segurança dos portões, entre outras informações. “Já pedimos várias vezes as imagens, mas eles ainda não cederam. Disseram que só vão nos entregar quando formos lá pessoalmente. É angustiante”, lamentou Luiz Otávio.
“Naquele momento em diante, a gente não teve mais vida. Estamos desesperados aqui. Não estou no Brasil, não consigo nem falar, porque não tem mais graça [a viagem], é muita preocupação”, desabafou Adriana Rodrigues de Andrade, outra dona de Sombra, em conversa com o g1.
Após o registro do B.O., amigos, familiares e o adestrador de Sombra fizeram uma força-tarefa para procurá-lo na região do hotel. Além deles, uma empresa especializada nas buscas por pets também foi contratada para encontrá-lo. Entretanto, até o momento, o cão continua desaparecido. “Estamos também divulgando nas redes sociais para atingir mais pessoas. Estamos fazendo de tudo para encontrá-lo”, afirmou o tutor.
Desaparecimento recorrente e interdição
De acordo com a reportagem do UOL, o Hotel FeliciDog Pet foi acionado por telefone e por mensagem no WhatsApp, mas não retornou o contato. Documentos obtidos pelo veículo apontam, ainda, que esse é o segundo caso de sumiço de animais envolvendo o hotel.
O primeiro aconteceu em outubro de 2020, com a cadela Kyra, da raça american bully. Um boletim de ocorrência obtido pelo site revelou que, assim como Sombra, ela também desapareceu após ser deixada no local pelos tutores. Na época, os donos procuraram a polícia e registraram a ocorrência, mas Kyra nunca foi encontrada.
Problemas com o desaparecimento de pets, entretanto, não são os únicos do estabelecimento. De acordo com a prefeitura de Jundiaí, o Hotel FeliciDog estava interditado desde março e não poderia estar funcionando.
Em nota à imprensa, a prefeitura revelou que cassou a Inscrição Municipal pois o estabelecimento realizava atividades diferentes das cobertas pela licença concedida pelo órgão. Leia a íntegra:
“A Prefeitura de Jundiaí, por meio da Unidade de Gestão de Governo e Finanças, informa que promoveu a cassação da Inscrição Municipal do Hotel FeliciDog Pet em 11 de janeiro de 2021, uma vez que as atividades desenvolvidas no local estavam divergentes da licença concedida. Em ato contínuo houve a interdição das atividades de guarda, higiene e embelezamento de animais domésticos, por meio do Decreto nº 32.588/2023 de 27 de fevereiro de 2023, executado em 10 de março de 2023. Diante do descumprimento da interdição realizada, a Divisão de Fiscalização do Comércio fará nova autuação no estabelecimento”.