A Secretaria de Segurança Pública de Goiás divulgou, nesta segunda-feira (5), uma carta que foi encontrada com Lázaro Barbosa. O documento, escrito à mão, estava no bolso de uma jaqueta que o criminoso carregava consigo quando foi morto, num confronto com a polícia em Águas Lindas de Goiás, no entorno do Distrito Federal.
No texto, que agora é investigado pela Polícia Civil, havia uma oferta de R$ 500 para que alguém pegasse munições em um dos locais em que Lázaro estava escondido. “Eu tenho 35 munições de 380 lá naquele barraco que eu estava. Pega para mim. Vou te adiantar R$ 500 por esse corre”, diz um dos trechos. A carta ainda relata duas trocas de tiros: “Eles estão me caçando. Já tive dois confrontos com eles e estou zerado de munição. Cara, por favor, arruma o tanto de munição de 38 e 380”.
De acordo com o jornal Metrópoles, Lázaro também teria escrito qual seria a suposta motivação de assassinatos que cometeu. “O cara tava armado e, antes de eu conseguir enquadrar a vítima, ainda conseguiu avisar uma pessoa, que quando eu vi já foi só os tiros (sic)”, menciona o texto em outro momento. O criminoso ainda falou sobre as buscas da polícia, contou que estava se informando através da mídia e também que não se entregaria. O documento completo foi publicado pelo jornal Estado de Minas, mantendo a grafia original da escrita.
Confira a carta na íntegra abaixo:
“Oi Jil, olha mano velho eu fui numa fita que deu mó peteco como vc mesmo deve ta vendo o cara tava armado, e antes de eu conseguir enquadrar a vitima ainda consegui avisar uma pessoa que quando eu vi já foi só os tiros
Deu essa p… aí, olha tem um monte de mentira rolando, vejo na TV as vezes, mas isso só daria pra falar se fosse pessoalmente.
Mano não vou me entregar, pois além do caso (…) tem muita coisa que tão querendo botar pra mim, e eles tão me caçando como caça viado, já tive 2 confronto com eles e to zerado de munição, cara por favor arruma o tanto de munição de 38 e 380 pra mim, eu tenho 35 munição de 380 lá naquele barraco que eu tava ve com a — [Lázaro omitiu o nome] pra pegar para mim eu voou te adiantar 500 reais por esse corre por favor mano não me deixa na mão não pois se eu não arrumar comprado eu vou ter que ir atrás e pode morrer mais gente e isso não pode acontecer, eu só quero que eles não cheguem perto de mim que são muitos e tão só pra matar.
Se tu for me ajudar vem pegar a grana se não rasga
Falou, to na — [ocultado por Lázaro]“
Veja a imagem da carta abaixo:
Mesmo com a morte de Lázaro, a Polícia Civil segue investigando o caso e quer entender tudo sobre a rede de apoio que ajudava o fugitivo. As autoridades concluíram que Barbosa, suspeito de mais de 30 crimes cometidos em Goiás, Bahia e Distrito Federal, não agiu sozinho. Uma organização criminosa estaria por trás da chacina. “A gente já levantou que pessoas importantes participam [da organização criminosa]. Nós temos empresários, fazendeiros, políticos…”, revelou Rafaela Azzi, delegada-adjunta da Delegacia de Homicídios.
Em reportagem deste domingo (4), o Fantástico, da TV Globo, reconstituiu o cerco final ao criminoso antes de sua captura e morte e compartilhou novos detalhes das investigações. O dominical ainda divulgou uma mensagem de voz encontrada no celular do fazendeiro Elmi Caetano, que comprova que o criminoso mais procurado do país recebeu ajuda durante os 20 dias de fuga. Os policiais também acreditam que o fazendeiro seria o mandante de uma chacina cometida por Lázaro em Ceilândia (DF).
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