Tá certo que fazer compras no Brasil anda bem caro, mas pagar mais de R$ 1 mil em uma bandeja de ovos… Um casal de Praia Grande, litoral de São Paulo, foi vítima de um golpe e acabou desembolsando R$ 1.016,00 por 30 ovos. O caso aconteceu na última semana e, segundo as vítimas, enquanto pagavam com o cartão de débito, o criminoso colocou o valor exorbitante na máquina sem que eles percebessem.
“Eu ainda tinha ovos em casa, mas como eu gosto de manter sempre o estoque, além da facilidade que é comprar na porta, pedi para o meu marido sair para pegar uma caixa. Ele saiu, e havia dois vendedores atendendo os clientes. Ele escolheu a bandeja e, na hora de pagar, meu marido avisou que seria por cartão, por aproximação”, contou Agna ao UOL.
A empresária também lembrou que um dos rapazes afirmou que a maquininha não aceitava aproximação, por isso era necessário o uso da senha. O esposo, de acordo com ela, viu o valor de R$ 16 no visor ao confirmar o pagamento
“Eles falavam muito, como se quisessem distrair a atenção do meu marido. Começaram a falar que o carro que estavam usando era provisório, que o carro de entrega estava quebrado. Assim que finalizaram a venda e antes mesmo que meu marido pedisse a notinha, uma vizinha que mora em uma casa em frente à nossa saiu para pedir ovos também. Mas os vendedores deram a partida no carro e pediram para ela esperar, que logo voltariam para atendê-la”, descreveu.
O golpe só foi notado quando, algum tempo depois, o filho do casal observou que a vizinha continuava na porta aguardando os vendedores retornarem. “Foi aí que eu vi que, em vez de cobrarem R$ 16, tinham cobrado R$ 1.016. Mil reais a mais. Ficamos desesperados, pois esse dinheiro já estava comprometido. Era para pagamento de uma conta. Chegamos a sair pelas ruas do bairro, procurando pelo carro. Eu ainda pensei que podia ter sido um engano, que o rapaz tinha digitado errado. Mas não. Eles já tinham desaparecido”, relatou Agna.
Hebert fez um boletim de ocorrência e conseguiu enviar uma imagem do carro dos golpistas, com a placa visível. O veículo, inclusive, foi flagrado por um radar de inteligência em outra rua, onde eles teriam feito mais uma vítima. “Fui fazer o B.O. na delegacia e o delegado me pediu que entregasse um extrato detalhado, para podermos identificar o favorecido. Infelizmente, o pagamento não foi feito por PIX, porque no PIX aparecem os dados detalhados. Foi feito através de débito, no cabeçalho só aparece um código (r-shop) e um nome, que parece ser Priscila”, contou.
A empresária ainda revelou que não conseguiu comer os ovos: “Joguei tudo no lixo. A gente não sabe se poderia ter algo errado com eles. A gente perde a confiança”. “A gente sabe que é uma época difícil, que as pessoas estão precisando de dinheiro, de trabalhar. Aumentou muito o número de pessoas vendendo de porta em porta. Mas quando começa a acontecer esse tipo de coisa, a gente fica com receio”, acrescentou.
Ao G1, o Itaú Unibanco informou que já está em contato com o casal para resolver o caso. “O Itaú reforça que, ao ser vítima de golpes ou fraudes em que o próprio cliente digita a senha pessoal e transfere valores aos golpistas, é necessário contatar imediatamente o banco para bloqueio temporário de senhas, produtos ou serviços e para que seja possível realizar o procedimento de tentativa de bloqueio do valor na conta favorecida”, diz a nota.
Ainda, a empresa reforçou que a devolução do dinheiro depende de investigação, mas é essencial que as vítimas procurem as autoridades: “A possibilidade de devolução dos recursos depende da avaliação individualizada de cada caso, da tempestividade na comunicação pelo cliente e da disponibilidade do saldo na conta favorecida”.
Leia a nota do banco na íntegra:
“O Itaú Unibanco informa que já está em contato com a cliente para que o caso seja rapidamente resolvido. O Itaú reforça que, ao ser vítima de golpes ou fraudes em que o próprio cliente digita a senha pessoal e transfere valores aos golpistas, é necessário contatar imediatamente o banco para bloqueio temporário de senhas, produtos ou serviços e para que seja possível realizar o procedimento de tentativa de bloqueio do valor na conta favorecida. Vale destacar que a possibilidade de devolução dos recursos depende da avaliação individualizada de cada caso, da tempestividade na comunicação pelo cliente e da disponibilidade do saldo na conta favorecida. O banco recomenda, ainda, que o cliente faça o registro de boletim de ocorrência para que as autoridades competentes possam tomar as medidas necessárias”.