Na noite de domingo (21), o “Fantástico“, da TV Globo, exibiu mais detalhes sobre o caso de Brent Sikkema, que foi encontrado morto em uma casa no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Na reportagem, um amigo do galerista de arte, que não quis ser identificado, disse que Sikkema estava insatisfeito com o ex-marido por impedi-lo de conviver com o filho.
“O Brent era um cara maravilhoso, um cara bondoso, um cara gentil, um cara educado, um cara brincalhão“, falou o homem, que recebeu o relato por mensagem de um aplicativo. Brent afirmou que o tribunal dos EUA concedeu a custódia do herdeiro, de 13 anos, ao ex-companheiro, Daniel, e que tem a autorização da justiça de estar “muito tempo” com o garoto.
O norte-americano também escreveu na mensagem que concordou com a decisão judicial, por ter 75 anos e viajar o tempo todo. “Não posso me levantar todas as manhãs e preparar o café da manhã para ele, ter certeza de que ele fez a lição escolar, ter certeza de que ele vestiu roupas limpas, penteou o seu cabelo e os dentes e assim por diante“, desabafou. “Eu sou tão importante para ele quanto o meu ex-marido é“, acrescentou ele.
O galerista acusou o ex de impedir contato dele com o filho, e que deveria voltar ao tribunal norte-americano no dia 17 de janeiro. Na ocasião, Brent poderia narrar o que Daniel tem feito com ele em relação ao garoto. A vítima ainda nomeou a situação de “cara e insana” e que Daniel estaria interessado no “controle total” da mesma. Desde o ano passado, Sikkema e o ex-marido travavam uma batalha judicial em torno do divórcio e da guarda do garoto. O ex exigia R$30 milhões e ainda uma pensão para que o galerista visse a criança, revelou a Folha de S. Paulo.
O crime e as investigações
Brent Sikkema, sócio de uma renomada galeria em Nova York, foi encontrado morto no dia 15 de janeiro, em sua residência, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O corpo apresentava 18 perfurações por arma branca, e foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) para autópsia. Inicialmente, a principal linha de investigação era de que o galerista teria sido vítima de um latrocínio — roubo seguido de morte.
As câmeras de segurança registraram a entrada e a saída de um suspeito – identificado como o cubano Alejandro Triana Trevez – na residência, durante a madrugada. Informações de testemunhas também ajudaram na identificação. O “Fantástico” também exibiu imagens inéditas da casa do suspeito, além de uma camiseta branca e um boné que apresentavam manchas de sangue. A Polícia Civil realizou um trabalho intenso de inteligência e monitoramento, que a ajudou a descobrir o paradeiro do suspeito.
Alejandro trabalhou como ajudante de Brent e Daniel durante alguns anos. Por conta disso, as autoridades não descartaram a possibilidade de que o crime tenha tido um mandante. O principal suspeito seria Daniel, que também é cubano. Trevez foi detido na BR-050, em 18 de janeiro, na altura de Uberaba (MG). Ele estava dormindo dentro de um carro em um posto de combustíveis. Antes disso, ele teria fugido do Rio de Janeiro para a capital paulista. Ainda de acordo com as autoridades, o homem tinha em sua posse US$ 3 mil (cerca de R$15 mil) que seriam do galerista, mas negou qualquer envolvimento no crime quando foi abordado.
A operação contou com o auxílio de agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Civil de São Paulo e da Polícia Militar de Minas Gerais. As autoridades que comandam a investigação acreditam que o cubano pretendia alcançar a fronteira passando por Mato Grosso.
Brent Sikkema era dono da galeria de arte contemporânea Sikkema Jenkins & Co, fundada em 1991. No entanto, ele iniciou seus trabalhos artísticos em 1971 e abriu a primeira galeria em 1976, na cidade de Boston.