Em 15 de janeiro, o galerista Brent Sikkema, de 75 anos, foi encontrado morto em um apartamento no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Desde então, o caso tem sido investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e, segundo uma reportagem do “Fantástico” exibida ontem (11), uma mudança no testamento de Brent teria sido o suposto motivo por trás da morte encomendada.
O corpo de Brent Sikkema apresentava 18 perfurações por arma branca. Logo após o crime, o cubano Alejandro Triana Prevez foi preso como suspeito do aparente latrocínio. Na semana passada, Prevez declarou à polícia que agiu a mando do ex-marido da vítima, Daniel Sikkema. De acordo com ele, Daniel teria prometido uma quantia de US$ 200 mil (quase R$ 1 milhão na cotação atual) para a execução do crime.
As suspeitas sobre o ex-marido surgiram no início do caso, já que desde o ano passado, Sikkema e Daniel travavam uma batalha judicial em torno do divórcio e da guarda do filho de 13 anos. Daniel exigia R$30 milhões e uma pensão para que o galerista visse a criança, revelou a Folha de S. Paulo na época.
Entretanto, segundo o dominical da TV Globo, a investigação revelou que Sikkema chegou a fazer uma mudança em seu testamento, em maio de 2022, excluindo Daniel como beneficiário de sua herança. Brent teria destinado somente US$ 1 milhão ao primeiro ex-marido e o restante de sua fortuna seria entregue ao filho, que só poderá ter acesso aos bens quando completar 30 anos.
Em um e-mail encontrado pelas autoridades, Daniel – considerado o suposto mandante do assassinato – declarou que queria US$ 6 milhões por ter sido casado com o galerista.
Em meio ao imbróglio judicial entre a vítima e o ex-marido, que também é cubano, Alejandro se mudou para o Brasil. O suspeito tinha uma relação de longa data com Daniel, pois chegou a trabalhar em uma das rsidências do ex-casal. De acordo com o homem, ele dava aulas de espanhol e fazia entregas em São Paulo, quanto retomou o contato com Daniel “casualmente”.
“Daniel soube da vida do Alejandro, que era uma vida de dificuldades e se aproveitando disso aqui no Brasil. Já veio falando que estava separado, que estava em processo de litígio com o Brent, e o Alejandro foi envolvido naquela história. E foi proposto para ele esse homicídio”, detalhou o advogado de Alejandro, Gregório Andrade.
À polícia, o cubano contou que Daniel, ao supostamente lhe encomendar o assassinato de Brent, reclamou do valor da pensão paga pelo galerista. Ele destacou que o ex-marido “gastava muito dinheiro com drogas, festas e garotos de programa”. Ainda conforme Prevez, Daniel também manifestou preocupação com o novo relacionamento de Brent com “um uruguaio ou um paraguaio”, o que poderia prejudicar a divisão dos bens no divórcio.
Para cumprir com a execução do galerista, Daniel teria oferecido a Alejandro cerca de US$ 200 mil pelo crime, entre outras recompensas. “Esses US$ 200 mil, ele pensava em comprar uma casa na Espanha”, afirmou a defesa do suposto autor do crime.
Com as novas informações, tanto a Polícia Civil do RJ quanto o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediram à Justiça, a prisão preventiva de Daniel Sikkema. Inicialmente, o caso era tratado como latrocínio ou roubo seguido de morte, mas Alejandro declarou não ter pego nada da casa de Brent. Agora, o cubano deverá responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Daniel, por sua vez, pode vir a cumprir pena nos EUA. Clique aqui para assistir a reportagem na íntegra.