O cubano Alejandro Triana Prevez, preso em 18 de janeiro pela morte do galerista norte-americano Brent Sikkema, declarou à polícia que agiu a mando do ex-marido da vítima, Daniel Sikkema. De acordo com ele, Daniel teria prometido uma quantia de US$ 200 mil (quase R$ 1 milhão na cotação atual) para a execução do crime.
Alejandro foi detido pela polícia na BR-050, na altura de Uberaba (MG), quando estava dormindo dentro de um carro em um posto de combustíveis. Antes disso, ele teria fugido do Rio de Janeiro para a capital paulista. Segundo as autoridades, foi encontrado junto a ele cerca de US$ 30 mil.
À polícia, o cubano contou que Daniel, ao supostamente lhe encomendar o assassinato de Brent, reclamou do valor da pensão paga pelo galerista. Ele destacou que o ex-marido “gastava muito dinheiro com drogas, festas e garotos de programa”.
Ainda conforme Prevez, Daniel também manifestou preocupação com o novo relacionamento de Brent com “um uruguaio ou um paraguaio”, o que poderia prejudicar a divisão dos bens no divórcio.
Com as novas informações, tanto a Polícia Civil do RJ quanto o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediram à Justiça, a prisão preventiva de Daniel Sikkema.
Inicialmente, o caso era tratado como latrocínio ou roubo seguido de morte, mas Alejandro declarou não ter pego nada da casa de Brent. Agora, o cubano deverá responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
O crime e as investigações
Brent Sikkema, sócio de uma renomada galeria em Nova York, foi encontrado morto no dia 15 de janeiro, em sua residência, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O corpo apresentava 18 perfurações por arma branca, e foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) para necrópsia.
As câmeras de segurança registraram a entrada e a saída de um homem na residência, durante a madrugada. Informações de testemunhas também ajudaram na identificação. A Polícia Civil realizou um trabalho intenso de inteligência e monitoramento, que a ajudou a descobrir o paradeiro do suspeito.
A operação contou com o auxílio de agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Civil de São Paulo e da Polícia Militar de Minas Gerais. As autoridades que comandam a investigação acreditam que o cubano pretendia alcançar a fronteira passando por Mato Grosso, em sua tentativa de fuga para a capital paulista.
Brent Sikkema era dono da galeria de arte contemporânea Sikkema Jenkins & Co, fundada em 1991. No entanto, ele iniciou seus trabalhos artísticos em 1971 e abriu a primeira galeria em 1976, na cidade de Boston.