Nesta terça-feira (26), a defesa de Dr. Jairinho apresentou à imprensa as últimas imagens do dia da morte de Henry Borel. Os registros das câmeras de segurança mostram o garoto sendo levado ao hospital pelo padrasto e pela mãe, Monique Medeiros. O trecho da filmagem já havia sido discutido em audiência, com versões distintas sobre o caso.
Nas imagens, Henry aparece no colo de Monique enquanto eles descem pelo elevador no dia 8 de março. Jairinho sopra a boca do menino algumas vezes, enquanto a mãe da criança não esboça qualquer reação. Para Braz Sant’anna, advogado do ex-vereador do Rio de Janeiro, isso seria uma suposta evidência de que o garoto não morreu em casa. “Esta filmagem revela que Henry foi levado com vida ao hospital, outras circunstâncias que constam dos laudos conduzem a esta conclusão, contrariando a versão acusatória”, disse ele.
Polícia afirma que criança morreu ainda em casa
De acordo com o vídeo, Jairinho e Monique saíram de casa e foram ao hospital por volta das 4h10. Contudo, laudos da polícia afirmam que Henry teria morrido pelo menos duas horas antes. Na primeira audiência de instrução do caso, o delegado Henrique Damasceno afirmou que “Henry já chegou morto ao hospital”. “Ficou expressamente demonstrado pela equipe médica e pelos laudos periciais que, embora e tenha sido submetido a manobras de ressuscitação por bastante tempo, em nenhum momento ele apresentou frequência cardíaca. Ele já chegou morto”, depôs ele.
Na ocasião, o delegado também criticou a aparente tentativa de socorro do político, que assoprou a boca do enteado. Damasceno destacou que a atitude não teria sido adequada. “Você soprar a boca de uma criança no colo, desfalecida, não é o procedimento certo em um caso como esse”, disse ele. Os advogados dos réus alegam que Henry teria sofrido um acidente. Por outro lado, segundo a necropsia e a reconstituição, o menino faleceu após ser vítima de uma ação violenta, na qual teve 23 lesões, incluindo uma laceração no fígado. Assista ao vídeo abaixo:
Suposta demora no socorro
As imagens do elevador ainda colocam em xeque a versão de Monique sobre a fatídica noite. Em seu depoimento, ela disse ter acordado por volta das 3h30 no quarto de hóspedes, ao lado de Jairinho. Na sequência, Medeiros diz ter ido ao quarto de casal e encontrado o filho caído no chão, quando ele teria sido levado às pressas para o hospital. Porém, 39 minutos se passam entre a cena descrita por ela e o momento em que o casal foi filmado deixando o apartamento.
A Polícia Civil já estava investigando se Monique e Jairinho demoraram 39 minutos para socorrer o garoto, após algumas conclusões da reprodução simulada – como a de que as agressões teriam começado quatro horas antes. Para os policiais, o registro da descida do elevador é uma das provas de que Henry teria sido assassinado ainda no apartamento. “Eles [os peritos] conseguiram congelar essas imagens e viram que, pelo modo que ele estava, pelo rosto dele, que ele já estava morto naquele momento”, relatou a a perita criminal Denise Gonçalves Rivera.
A primeira audiência
O Tribunal do Júri do Rio de Janeiro fez a primeira audiência para tratar do caso Henry no dia 6 de outubro. Na ocasião, Leniel Borel, pai de Henry, recordou uma reação desesperada do filho e falas surpreendentes sobre Monique Medeiros. Ele ainda fez críticas a Jairinho, disse ter sido alvo de ameaças veladas, e chorou ao lembrar da última música cantada pelo menino.
Já a babá de Henry, Thayná de Oliveira Ferreira, apresentou uma terceira versão sobre o caso. Desta vez, ela pediu que Monique deixasse o local do depoimento e declarou que teria sido “usada” pela patroa. Ela também alegou que não sabia das coisas que aconteciam na casa de Jairinho. No entanto, o testemunho entrou em contradição por conta das mensagens obtidas pela polícia em março, em textos que Thainá dizia a Monique que Henry sofria “uma rotina de violência” nas mãos do padrasto.
Saiba todos os detalhes, clicando aqui e aqui.