Hugo Gloss

Caso Igor Peretto: Polícia revela mensagens e pedido de esposa de comerciante que foi morto após descobrir traição

Caso Igor Peretto: Esposa de comerciante morto ao descobrir traição fez um pedido para a irmã após o crime (Reprodução/Instagram)

Rafaela Costa enviou uma mensagem à irmã dela, que não teve a identidade divulgada, após o assassinato do marido, Igor Peretto. Conforme um relatório da Polícia Civil, divulgado pelo g1 nesta quinta-feira (21), a mulher pediu que não fosse abandonada pela família. O documento também registrou que a irmã a orientou a se entregar à polícia.

De acordo com a corporação, várias mensagens foram recuperadas no aparelho celular de Rafaela durante a investigação. No relatório, consta que os textos excluídos eram de uma conversa entre a viúva e a irmã dela. O contato foi feito após a morte de Igor, em 31 de agosto, por volta das 12h.

Nas mensagens, Rafaela pediu para a irmã não abandoná-la. A irmã, por sua vez, orientou que ela se entregasse à polícia com Mario Vitorino, uma vez que os agentes os encontrariam de qualquer maneira. O homem era sócio e cunhado da vítima, e também foi preso por envolvimento no crime.

O documento acrescentou que Costa disse para a irmã que não estava apartamento no momento do óbito. A viúva alegou que saiu antes da chegada de Igor e Mario, e que as câmeras de monitoramento poderiam comprovar.

Imagens das câmeras registraram Rafaela no celular após o assassinato de Igor (Foto: Polícia Civil)

Encontro em São Paulo

Segundo as autoridades, a irmã insistiu que Rafaela procurasse a polícia e contasse “tudo para evitar que a matassem”. Para a moça, a fuga de Costa e Mario representava um problema. No entanto, a viúva afirmou não ter fugido junto com o cunhado do prédio onde Peretto foi assassinado. Ela ressaltou tê-lo encontrado em São Paulo.

Ainda nas mensagens, Rafaela disse que precisava de dinheiro para pagar a advogada. Na ocasião, a irmã admitiu que temia pela vida da família delas. A conversa foi encerrada após uma ligação de áudio com duração de sete minutos.

O crime

Igor tinha 27 anos e foi assassinado no apartamento de sua irmã, Marcelly Peretto, em Praia Grande. Mario é o principal suspeito de ter esfaqueado a vítima 11 vezes. Todos foram presos por envolvimento no crime, incluindo Rafaela. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) concluiu que o trio premeditou a morte do comerciante, porque ele era um “empecilho no triângulo amoroso”.

Segundo um relatório do setor de investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande, Peretto descobriu a traição, no dia em que morreu, através do painel multimídia do carro de seu cunhado. Eles estavam voltando de uma festa quando Rafaela ligou para Mario.

Em depoimento, o suspeito explicou que Igor começou a exigir satisfações sobre o motivo da chamada naquele horário, “ficando muito exaltado e nervoso”. Ele também revelou ter mandado uma mensagem para Rafaela que dizia: “Deu merda”. De acordo com Mario, o comerciante percebeu que ele enviou o texto e apagou a conversa. Diante da situação, a vítima teria obrigado Vitorino a dirigir até o apartamento de Marcelly para contar que eles estavam tendo um caso.

Igor Peretto foi assassinado no dia 31 de agosto. Os três suspeitos pelo crime estão presos (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Uma denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontou que o trio premeditou o crime, sendo que Mario desferiu as facadas, Rafaela atraiu Igor e, junto de Marcelly, incentivou o cunhado a matá-lo. O MP levou em conta a respectiva descrição para elaborar a denúncia por homicídio qualificado.

O MPSP também acredita em uma “vantagem financeira” que eles teriam com o óbito do empresário. Mario poderia assumir a liderança da loja de motos que tinha em sociedade com Peretto, enquanto Rafaela receberia a herança. “Marcelly, que se relacionava com os dois beneficiários diretos, igualmente teria os benefícios financeiros”, completou.

A Justiça de Praia Grande (SP) converteu as prisões dos três, de temporárias para preventivas, após a denúncia feita pelas promotoras Ana Maria Frigerio Molinari e Roberta Bená Perez Fernandez, do MPSP.

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